Nos 15 anos da Câmara portuguesa no Ceará, primeiro presidente relembra trajetória

Da Redação

logo_CamaraPortugalCearaComo parte do início das comemorações dos 15 anos da Câmara Brasil Portugal no Ceará, a instituição divulga um ciclo de entrevistas com personalidades que deram vida a sua história. O primeiro personagem é o primeiro presidente e fundador da entidade, Eduardo de Castro Bezerra Neto, que esteve à frente da CBP-CE entre os anos de 2001 e 2004.

Eduardo Bezerra recordou o início de tudo. “Para entender os primeiros passos é necessário tomar consciência do que é comum a todas as câmaras que existem. Qualquer que ela seja, uma câmara binacional se assemelha a uma ponte. Ela necessita de um pilar assentado no país onde tem origem, e de um segundo pilar no país de relação. Coerentemente, a CBP-CE foi criada visando trazer para o seu âmbito brasileiros e portugueses residentes em Fortaleza, mas, ao mesmo tempo, procurando em Portugal entidades e pessoas mobilizadas a estreitar os vínculos nos dois lados do Atlântico. Não tenho dúvida em afirmar que o sucesso da CBP-CE se deve, em grande parte, à efetivação dos pilares nos dois países”, lembra Bezerra.

Evocando em suas palavras a conjuntura econômica de 2001, o primeiro presidente considera que os tempos estavam melhores, mas que a origem da CBP-CE não estava relacionada na força da economia, mas sim na força da relação histórica entre as duas nações. “Quando a Câmara foi criada a economia brasileira estava incomparavelmente melhor do que se observa na conjuntura atual. Entretanto, ela não foi criada em razão do desempenho da economia. Brasil e Portugal mantêm vínculos múltiplos, que ultrapassam os vetores econômicos”, afirma.

Para Eduardo Bezerra, mesmo com uma conjuntura favorável ou desfavorável, aqui ou lá, dispor de uma Câmara como agente efetivo de aproximação nas relações e de realização de negócios sempre se revelou ser justificável. “Podemos lembrar que no decorrer da vida da CBP-CE, Portugal atravessou uma conjuntura difícil a partir de 2008/2009. Ainda está a se recuperar. Agora é a vez do Brasil. Seguramente ultrapassaremos o nosso momento de provação. Nesses dois cenários, a CBP-CE permaneceu e permanece dando cumprimento aos objetivos que determinam a sua atuação efetiva”, analisa o ex-gestor.

Gratidão também faz parte dos 15 anos da Câmara Brasil Portugal no Ceará para Eduardo Bezerra. Ao responder como participado da fundação da CBP-CE, fez questão de enaltecer a participação de um homem que, até hoje, engrandece a Câmara com um trabalho exemplar e dedicado. “Pertenci a um grupo inicial de dez pessoas que tomaram a iniciativa de criar em Fortaleza uma Câmara Brasil-Portugal. Fui eleito primeiro Presidente. No entanto, o mérito maior não é meu. Desde aquela época, até hoje, permaneço afirmando que a alma da CBP- CE é Rômulo Alexandre Soares. Animado pela ideia, foi ele quem empreendeu um trabalho consistente de motivação, a fim de formar o grupo inicial que aprovou o Estatuto, registrou e fez surgir como personalidade jurídica a Câmara Brasil Portugal no Ceará. Rômulo Alexandre Soares é a personalidade primeira na vida da Câmara”, exalta Bezerra.

Com a solidez da Câmara Brasil Portugal no Ceará e suas inúmeras conquistas nos seus primeiros 15 anos de estrada, Eduardo Bezerra se diz feliz, mas ressalta que o júbilo não é só dele. “Alegria e realização são os sentimentos mais conscientizados, mas não se trata de sentimentos pessoais, pois creio que são compartilhados por todos os fundadores. Existem motivos múltiplos que concorreram para a criação da Câmara e que têm se mantido válidos em toda a sua história. O estímulo para a realização de negócios sempre ganha destaque em qualquer análise. Negócios são essenciais? Sim. É tudo? Não. O próprio conceito de negócio é algo bastante diversificado. As formas de concretizar também,” conclui o ex-gestor.

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