Grupo português investe em modernização para exportar bacalhau para Brasil

Rui Costa e Sousa, e a Ministra norueguesa da Pesca, Elisabeth Aspaker.
Rui Costa e Sousa, e a Ministra norueguesa da Pesca, Elisabeth Aspaker.

Da Redação

O Brasil é o 18º maior mercado de frutos do mar da Noruega. Chegaram por aqui 30 mil toneladas de pescado da Noruega só no ano de 2013. É ainda o maior mercado de bacalhau seco salgado do mundo.

E o Grupo português Rui Costa e Sousa & Irmão, S.A. é um dos maiores transformadores e comercializadores de Bacalhau Salgado Seco e Demolhado Ultracongelado do mundo. “Somos os únicos estabelecidos na Noruega e no Brasil, com empresas próprias” diz o presidente Rui Costa e Sousa, que já declarou em algumas entrevistas “quem não exporta está falido”.

A empresa é uma importadora portuguesa de bacalhau e fabricante com sede em Aveiro. Além dos 10 anos investidos no Brasil através da empresa Brascod, tem ainda uma parceria estratégica com a empresa Sortland – Vesteraalens, e em 2012 abriu a fábrica de peixe salgado no porto em Andenes, na Noruega.

A aposta no mercado brasileiro começou em 2002, com a abertura da Empresa Brascod, atualmente está suportada pelos entrepostos comerciais e frigoríficos de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. O sucesso da aposta neste mercado deveu-se aos aconselhamentos e mestria do Sr. Brites de 92 anos – o Procurador do grupo no Brasil. O interesse no Brasil cresce pelo seu produto já que o bacalhau já vem demolhado e seu preparo é mais rápido e prático.

Em termos de comercialização o grupo é o maior exportador para o mercado brasileiro, representado 55% dos 120 Milhões de Volume de Negócios. Segundo a Diretora Financeira, Sanda Costa e Sousa, para o incremento do volume de negócios muito contribui a empresa Brascod, alavancada pela notoriedade Top of Mind da marca BomPorto. No mercado brasileiro, “Bacalhau é BomPorto. Estamos há 10 anos nas principais cadeias de supermercados, nos melhores restaurantes, temos 150 vendedores e 10.000 clientes de Norte a Sul do Brasil.”

A dinâmica do organograma do Grupo está patente em todo o processo de transformação e comercialização de Bacalhau. O Presidente Rui Costa e Sousa apostou numa estratégia pioneira de verticalização na fileira do Bacalhau. Neste contexto, adquiriu 50% da Andenes Fiskemottak, A.S., uma estação de recepção de peixe, bem como na construção da unidade de escala e salga, Andoya Fisheries, A.S. “Foram 20 Milhões de Euros investidos que nos permitem controlar o bacalhau desde a saída de água, passando pela escala e salga, secagem e demolha até à mesa do consumidor. É esse o segredo da alta qualidade, tal e qual acontecia nos Navios Salgadores dos nossos antepassados, em que o Bacalhau permanecia pelo menos 5 meses no sal a maturar”.

A empresa Brites Vaz & Irmãos, fundada em 1929, é parte integrante do grupo, sendo atualmente a mais antiga seca de bacalhau de Portugal. Esse conhecimento também permitiu ao Grupo RCSI estabilidade e capacidade de inovação, refletindo-se, no ano 2007, com a construção da uma unidade industrial moderna de raiz de Demolhado Ultracongelado como aposta a médio-longo prazo, que lhe conferiu uma capacidade de processamento de mais de 6 toneladas/ano. Neste novo segmento surgiu a Marca Sr. Bacalhau caraterizada pela sua qualidade, apenas uma das marcas do grupo que vem crescendo cada vez mais.

Cooperação Internacional
O Brasil vem implementando diferentes modalidades de cooperação com outros países para o intercâmbio de conhecimentos e também para a incorporação de novas tecnologias no setor aquícola. O objetivo final dessas parcerias internacionais é aumentar a qualidade e a segurança do pescado produzido no Brasil. No último mês de agosto, o Brasil fechou parceria na área com a Noruega, com ações nas áreas de pesquisa, capacitação e gestão do espaço aquícola continental e marinho.

Outra importante parceria foi firmada, em 2013, entre o Brasil e Portugal. O objetivo é trocar experiências voltadas a pequenos pelágicos (peixes marinhos que vivem em profundidade intermediária), gestão pesqueira e transferência de tecnologia no setor de insumos.

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