Fórum Portugal estuda maior troca comercial entre Brasil e Portugal

 

Vanessa Sene | Mundo Lusíada

 

Os investimentos portugueses no Brasil nos últimos dez anos já somam mais de US$ 2 bilhões. Ainda assim, portugueses e brasileiros reunidos no Fórum Portugal 2006 discutiram as possibilidades de um incremento nas relações Brasil-Portugal, e um maior índice de exportação e importação entre os dois países.

 

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Antonio Couto, presidente da AEP, presidente do ICEP, João Cruz, Ivan Ramalho, do Ministério do Comércio Exterior do Brasil, presidente da FLB, João Rendeiro, e vice-presidente, Miguel Horta e Costa

 

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) recebeu os convidados para o Fórum Portugal 2006, nesta segunda-feira, 05 de junho. Personalidades do setor empresarial, como o presidente do ICEP, o presidente da VIVO, o vice-presidente da AEP, o diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, entre outros, estiveram apresentando investimentos e discutindo o incremento das trocas comerciais entre ambos países.

 

O grande objetivo do Fórum realizado anualmente é discutir “perspectivas econômicas e também incentivar laços econômicos” e cooperar para “um quadro de relação cada vez mais positivo entre os dois países” explicou ao Mundo Lusíada o presidente da Fundação Luso-Brasileira, João Oliveira Rendeiro.

 

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Presidente da FLB, João Rendeiro, Embaixador de Portugal no Brasil, Seixas da Costa

 

Para o Embaixador de Portugal no Brasil, Seixas da Costa, o evento é um “debate franco”, uma oportunidade para conhecer a economia e política portuguesa. “É muito útil ter essa discussão aberta com os brasileiros, e mostrar as potencialidades da economia portuguesa, e também as debilidades que temos que ultrapassar”.

 

São muitas as empresas que utilizam o capital português no Brasil, cerca de 600/700. Este número porém pode ser considerado mais alto, de acordo com o Embaixador Seixas da Costa, já que não só o capital registrado pelo Banco Central brasileiro, vindo diretamente de Portugal, que se insere nas empresas brasileiras, mas capital vindo de “paraísos-fiscais” ou através de outros circuitos, como os países com maiores facilidades na dupla-tributação.

 

Atualmente no Brasil, não só destaca-se o reforço de grandes investimentos, mas o investimento de pequenas e médias empresas, que tem apresentado uma grande expansão principalmente no setor de turismo na região nordeste do país. “É o trabalho desses pequenos e médios empresários agora que constitui o novo movimento português para o Brasil” informou o Embaixador português.

 

As perspectivas políticas e econômicas também foram abordadas durante o evento. O assunto ficou a cargo dos diretores de mídias portuguesas, Martim Avillez Figueiredo, do Diário Econômico, e Sergio Figueiredo, do Jornal de Negócios; além do cientista político José Pacheco Pereira, e o jornalista da Embaixada de Portugal no Brasil, Carlos Fino.

 

Além dos problemas estruturais da política portuguesa, os participantes apontaram formas de redução de gastos públicos – o que vem sendo alto no orçamento do governo português – e o crescimento da economia portuguesa.

 

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José Pacheco Pereira (Cientista Político), Carlos Fino (da Imprensa Embaixada de Portugal no Brasil), Martim de Avillez Figueiredo (Diretor do Diário Econômico), Sergio Figueiredo (Diretor do Jornal de Negócios)

 

O cientista Pacheco defendeu uma reforma na política, já que desde o 25 de Abril não se criou “políticas fortes” em Portugal, e sim políticas que geram dificuldades de governabilidade.

 

O debate é realizado pela Fundação Luso-Brasileira todos os anos. O Fórum Portugal, promovido em São Paulo, tem o intuito de refletir sobre a situação portuguesa, e o Fórum Brasil, a mesma edição realizada em Lisboa, traz aos portugueses uma reflexão sobre a situação brasileira.

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