Como as Commodities podem deixar de ser Commodities? Entenda o caso

Apesar de parecer, o título deste artigo não foi um descuido de um estagiário. O mundo passa por um momento histórico, com transformações digitais e novas regulamentações sobre o negócio das commodities. Para sobreviver nessa nova realidade, é preciso inovar.

Cada vez mais, especialistas do núcleo da engenharia e agricultura buscam formas de diferenciar produtos agrícolas. Consequentemente, seja pelo aumento da qualidade, da segurança alimentar, ou de ambos, eles deixariam de ser commodities.

Em meio à crise sanitária da Covid-19, e uma má previsão econômica feita pelo Banco de Portugal, soluções digitais beneficiaram desde o pequeno produtor até os traders, que operam índices ligados às commodities na bolsa de valores.

Marketplaces: Um Atalho

A criação das plataformas digitais chamadas marketplaces voltadas para o mundo agrícola permitiu que houvesse, mesmo a distâncias consideráveis, uma excelente conexão entre a indústria compradora e os agricultores.

Por isso, apesar de alguma turbulência no período de maiores restrições entre março e abril, a agricultura – que não deixou de produzir – mostrou-se um setor com alta resiliência.

Como consequência impactante, um marketplace também permite a extensa comparação dos produtos e um maior poder de barganha. Desse ponto, deriva a necessidade crescente de diferenciação das commodities, para que não se feche um negócio simplesmente baseado no menor preço.

Oportunidade Oculta

Enquanto as plataformas digitais de negociação foram um dos pilares da transformação digital acelerada pela pandemia, um outro setor também se beneficiou da mudança.

O trading de commodities, que também foi agraciado pelo fortalecimento das negociações digitalizadas, mostrou-se uma oportunidade aos que já possuíam expertise na área. Isso vai de encontro ao esperado, que seria uma queda vertiginosa das possibilidades de lucro e um maior apreço pela negociação de câmbio.

Como exemplo, algumas commodities com alto nível de negociação, do tipo que busca a valorização dos papéis, são:

  • Boi Gordo (BGI)
  • Café
  • Milho (CCM)
  • Soja (SFI e SJC)

É claro que cada opção possui suas particularidades, como uma correlação positiva ou negativa com o dólar, por exemplo. Por isso, foi dito que os maiores beneficiados foram aqueles que já possuíam expertise como traders. Com menor nível de incerteza, podem aproveitar bem as oportunidades que ficam a uma decisão de compra e venda de distância.

Posto de outra forma, as commodities estão deixando de ser equivalentes, embora continuem a ser negociadas como tal nas bolsas de valores.

Ainda é cedo para presumir que a negociação de um milho produzido com maior nível de segurança alimentar será diferente de um sem essa característica. Fora das bolsas, como pode ser visto a seguir, alguns países sentirão o peso de não se adaptarem a essa realidade.

O Lado Negativo da Mudança

A necessidade de mudança, apesar de seu impacto positivo, também pegou desprevenidos alguns mercados. Um bom exemplo é o do Brasil, que corre o risco de perder boa parte de sua exportação de commodities, ao menos aquelas definidas como de fonte ilegal.

Não é de hoje que o país é destacado em meio a denúncias de desmatamento e exploração descontrolada de recursos naturais. Claro, a restrição do Reino Unido não se aplica diretamente a um país, mas dá sinais de que não há caminho reverso. Mas como isso está ligado à diferenciação dos produtos agrícolas?

É simples: a segurança alimentar diz respeito não só à saúde, como também à responsabilização ambiental. Produtos de origem comprovada, mesmo que de maior custo, serão cada vez mais procurados. De forma indireta, os compradores e importadores conseguem promover o desenvolvimento sustentável.

Portanto, se países como o Brasil não adotarem medidas rígidas contra essa exploração irregular, as quedas na exportação poderão impactar suas contas. Enquanto outros países estarão se recuperando, os brasileiros amargarão prejuízos.

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