Mundo Lusíada
No período de 9 a 20 maio, em Santarém (PA), no Espaço Bicho/ Alter do Chão, as artistas e pesquisadoras Rita Natálio (Portugal) e Joana Levi (Brasil) realizam a primeira residência para o projeto Museu Encantador. A proposta, uma pesquisa sobre a relação entre “encantamento” e cultura, envolve a criação de um coletivo de colaboradores voluntários, brasileiros e portugueses.
Eles formarão uma rede, que vai desenvolver as ações e promover uma viagem de pesquisa pelo Brasil. O projeto foi contemplado pelo Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 10ª Edição.
No processo de criação, o coletivo do Museu Encantador vai tentar responder a algumas perguntas: o que é encantamento? Existiria alguma relação entre encantamento e cultura? O que seria um museu do “encantamento cultural” de Portugal e do Brasil? Os participantes de cada região planejarão “percursos de encantamento”, por onde colherão imagens e entrevistas, que, segundo as realizadoras, retratem as culturas dos diversos “Brasis”.
Na residência de maio, no Pará, com assistência e mediação de Kandyê Medina, o grupo vai viajar pela Floresta Amazônica e acompanhar cursos de rios da região. No dia 18, também no Espaço Bicho, haverá ainda um encontro aberto ao público, com artistas locais e alguns dos voluntários entrevistados.
Eles vão mostrar parte do material recolhido durante a residência e discutir as ideias futuras do projeto. Os interessados em participar das entrevistas e da captação de imagens no Pará podem entrar em contato com a equipe do projeto, até dia 7 de maio por email [email protected], gratuitamente.
O projeto Museu Encantador foi iniciado pela performer e pesquisadora portuguesa Rita Natálio (que vive em São Paulo), com co-direção da diretora teatral Joana Levi.
Além da criação da rede de colaboradores, será constituído um arquivo de arte comum com 15 artistas convidados de Portugal e do Brasil, e apresentada uma performance, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM – RJ) em Setembro de 2014. “O nosso desejo é formar uma coleção de ‘coisas’ e ‘visões’, que junta a noção de encantamento a uma cartografia da história cultural. Uma coleção em língua portuguesa e uma máquina de correspondências entre dois países, na qual se trocam livros, pensamentos, desenhos, teias, sons, danças, artistas, filósofos” descrevem as realizadoras.
Depois do Pará, o Museu Encantador segue sua jornada de criação em rede. Passa por Recife (PE), no período de 21 a 26 de Maio, no Espaço Fonte; e por Natal (RN), de 26 de Maio a 2 de junho, no Ponto de cultura Tecesol, em parceria com Grupo de Teatro Facetas.
Rita Natálio é performer, dramaturgista e pesquisadora. Nasceu em Lisboa, vive em São Paulo desde 2012. Desenvolve atualmente uma pós-graduação no Núcleo de Subjetividade da PUC – São Paulo, com Peter Pal Pélbart e com o apoio de bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian de Portugal. Formou-se em dança na Universidade de Paris VIII.
Joana Levi nasceu no Rio de Janeiro. É diretora e atriz. Vive entre São Paulo e Rio de Janeiro. É graduanda de Filosofia na Universidade de São Paulo e desenvolve pesquisa sobre as confluências entre as artes performativas e a filosofia contemporânea. Teve parte de sua formação na Itália, junto à Fondazione Pontedera Teatro e nos EUA, em residência artística, incluída no Programa de Artes Cênicas do Museu de Arte de Cleveland (Ohio).