Público brasileiro é preferencial para nós, diz pró-reitora da Universidade dos Açores

Da Redação

Numa altura em que o próximo ano letivo já se prepara e que as candidaturas para as universidades começam a ser pensadas, a 9idAzoresNews entrevistou a Professora Susana Mira Leal, Pró-Reitora para as Relações Externas e Extensão Cultural da Universidade dos Açores (UAc), e descobriu de que forma está a academia a trabalhar.

Uma das universidades portuguesas que aceitam o Enem, a UAc esteve de 10 a 19 de março no Brasil, no Salão do Estudante, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Salvador. A relação entre a UAc e as universidades brasileiras está cada vez maior e a Pró-Reitora explicou em que âmbito se insere a necessidade de internacionalização da universidade.

“A participação no Salão do Estudante no Brasil faz parte da estratégia de internacionalização da Universidade dos Açores, a qual integra o grupo de internacionalização do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). Este tem vindo a desenvolver nos últimos dois anos iniciativas várias de promoção das universidades portuguesas fora de Portugal para estudantes estrangeiros. Portanto, neste contexto as universidades portuguesas têm participado em várias feiras em diversos pontos do planeta” diz a pró-Reitora Susana Mira Leal.

“Nós optamos por estar presentes no Salão do Estudante do Brasil que aconteceu em março último, porque o público brasileiro é preferencial para nós, já que partilha a nossa língua e porque existe uma comunidade descendente de açorianos no Brasil. Portanto, há aqui um elo afetivo, cultural e linguístico que queremos aprofundar e explorar em termos de captação de estudantes para as nossas licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Acresce também que a UAc não promove oferta formativa de graduação em língua estrangeira, exceto no Erasmus Mundos que é um contexto muito específico. Por isso, investimos em países que partilhem a Língua Portuguesa. Além disso, o Brasil é um mercado enorme. Estivemos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Salvador. Participámos, então, nas feiras do Salão do Estudante, que é constituída por stands organizados por empresas de recrutamento de estudantes estrangeiros. Estavam, também, presentes várias universidades estrangeiras, não só portuguesas, e a UAc encontrava-se no stand da Universities Portugal, na qual se insere o projeto do CRUP para a internacionalização das universidades portuguesas” disse ao 9idAzoresNews.

“Demos a conhecer o que é viver num arquipélago como os Açores com todas as vantagens que tem para um público desta natureza. O custo de vida é baixo comparativamente com outras regiões da União Europeia, é um espaço seguro, tranquilo, com uma qualidade de vida muita boa, onde podem estudar e usufruir de tudo o que oferecemos em termos de beleza natural, atividades culturais, aventura, recriação, etc, num contexto que é muito mais seguro do que aquele que se vive nas grandes cidades brasileiras, por exemplo” defendeu Leal.

Um dos fatores que seduz os estudantes brasileiros, segundo ela, é o próprio arquipélago, a beleza natural dos Açores, e não só. “Quando começamos a falar dos nossos cursos, e eles começam a perceber que temos formação aprofundada em determinadas áreas, também isso se torna um fator de atratividade. Além disso, muitos estudantes ficaram encantados com imagens que mostramos do campus. Portanto, as imagens dos laboratórios e das infraestruturas modernas que nós temos deram nota de uma universidade moderna e atrativa. O fato de a universidade não ser massificada, ao contrário do que acontece no Brasil, também atrai”.

A UAc é uma das instituições que assinou acordo com o INEB – Instituto Nacional das Estatísticas Brasileiro, responsável pelo Enem-Exame Nacional do Ensino Médio, para reconhecimento do exame para acesso aos cursos. Os brasileiros podem assim candidatar-se à Uac com as notas do exame brasileiro, sem provas adicionais para aceder à universidade portuguesa.

Por outro lado, a pró-reitora da UAC diz que a procura de açorianos para estudar no Brasil ainda não acontece. “Há dois anos aderimos ao programa Santander de bolsas para o Brasil e para outros países da América Latina e a verdade é que tivemos alguma dificuldade em mobilizar os estudantes para lá. Porque o Brasil revela muita insegurança, corrupção, é muito longe. Não é tão fácil como ir para a Europa. As viagens são mais morosas e a descontinuidade do calendário acadêmico também não ajuda. E depois há o desconhecimento. Na Europa há muitos testemunhos dos que já foram e voltaram, e os que querem ir sentem-se mais seguros, além do que as famílias também se sentem mais seguras. Para o Brasil já não é igual. Agora temos que aprofundar mais parceiras com universidades brasileiras para podermos captar o interesse dos nossos estudantes para irem para lá”.

Confira a entrevista de Patrícia Carreiro na íntegra no 9idAzoresNews >>

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