Por Ígor Lopes
Jovem, cheia de saúde e com muitos projetos ainda por realizar. São esses os traços atuais de Maria Alcina, uma das maiores representantes do fado no Brasil. A fadista, que completou 73 anos de idade no dia 12 de março, se diz “feliz da vida” com a fase que está vivendo.
Com sorte no amor e vários shows agendados, Alcina é só felicidade. Quando o assunto é fado, ela desponta como nome preferido nos eventos portugueses na cidade carioca. Nem o passar dos anos a deixa preocupada.
“Nunca me lembro da idade que tenho e isso não me preocupa”, sublinha a cantora, que tem atuado em shows no Rio. “Cantarei sempre”, enfatiza.
Embora o seu marido, o empresário João Duarte, tenha passado por alguns problemas de saúde recentemente, hoje a situação é outra. “Deus nos fez o milagre de ele ficar bem”, explica Alcina.
Dona de uma voz deslumbrante, Alcina soma já 52 anos de puro fado. Mas nem tudo foi fácil na sua vida. Alcina chegou ao Brasil em 1953, com 14 anos de idade, junto da mãe, para rever o pai separado pela guerra. O primeiro casamento não deu certo. Renovada, Alcina se casou pela segunda vez na terceira idade e, hoje, sofre de uma grande paixão.
A fadista conta com um extenso currículo voltado para a canção mais típica de Portugal. Ela leva na bagagem uma atuação inesquecível de um mês no Casino Estoril, em Portugal, em 1974, além das participações nas novelas na TV Globo. No teatro, participou por quatro anos, com o ator Tony Correa, no espetáculo “Navegar é preciso”, que percorreu o Brasil inteiro e fez muito sucesso. Gravou um Cd. E é presença assídua em eventos das casas portuguesas no Rio.
Quando o assunto é reconhecimento, Alcina diz que o seu maior valor está em si mesma, reconhecendo que tudo o que fez foi em benefício “da arte, da família e do ser humano”.
“Agradeço as oportunidades que a vida me proporciona, procurando divulgar mais e mais a amizade luso-brasileira, visto que o Brasil me recebeu de braços abertos e, aqui, encontrei e realizei todos os sonhos”, analisa.
Próximo de recebermos o ano de Portugal no Brasil, Maria Alcina se diz disponível para ajudar a promover a cultura portuguesa em terras brasileiras. “Se quiserem me aproveitar para alguma coisa, ainda canto”, dispara Alcina.