Da Redação
Com Lusa
A ministra da Cultura espanhola mostrou-se confiante que as forças de segurança consigam recuperar o Códice Calixtino, livro do século XII roubado da Catedral de Santiago de Compostela e considerado uma das joias do patrimônio do país.
Ángeles González-Sinde, que comentava as notícias do roubo, explicou não ter ainda muitas informações sobre o sucedido mas recordou que a Guarda Civil conta com uma unidade de património que, no passado, tem conseguido resolver casos parecidos.
“Confio que consigam recuperar este importante documento”, disse.
Entretanto, vários especialistas espanhóis continuam a destacar a importância do documento, manifestando também preocupação pela fragilidade do texto e de algumas das suas gravuras.
Margarita Becedas, diretora da Biblioteca Geral Histórica da Universidade de Salamanca, afirmou hoje que o desprendimento das páginas e a alteração das cores das ilustrações são os maiores riscos que corre o manuscrito.
“Com a mudança de temperatura e a humidade, especialmente numa cidade como Santiago, correm perigo as cores das tintas das ilustrações que podem colar-se umas às outras ou ficar deslavados”, afirmou.
Uma manipulação inadequada do Códice, afirmou, é especialmente grave para o manuscrito que, recordou, não é feito em papel mas em pergaminho, um “material vivo”.
Um outro especialista, José Manuel Díaz de Bustamante – catedrático de Latin e medievalista -, considerou que o livro desaparecido equivale, do ponto de vista literário ao que o Pórtico da Glória, da Catedral de Santiago, representa do ponto de vista artístico e monumental.
“A peça é insubstituível, não tem preço nem se pode calcular”, comentou.
“É o pai da maior parte dos livros sobre Santiago que ainda se conservam na Europa”, sendo o mais antigo e melhor conservado dos códices, avaliou.