Cultura pode ser o elevador social do século XXI como educação foi do século XX – ministro

Da Redação com Lusa

O ministro português Pedro Adão e Silva considerou que a cultura pode ser o elevador social do século XXI, como a educação foi no século anterior e manifestou-se cético sobre “qualquer medida de rendimento básico”.

Os jovens que participam até domingo na Academia Socialista, em Évora, saíram neste dia 07 das paredes do hotel onde estão instalados para visitar a oficina do escultor João Cutileiro, que morreu em 2021.

Numa sessão sobre a democratização da cultura, o ministro socialista Pedro Adão e Silva considerou que, “de certa forma, a cultura pode ser o elevador social do século XXI, como a educação foi do século XX”.

“Porque tem esta capacidade, no momento em que os progressos, do ponto de vista das qualificações da nossa população são notáveis. E portanto, ultrapassamos os défices e os que persistem prendem-se muito mais com as gerações anteriores do que com a vossa geração”, afirmou.

Na opinião de Pedro Adão e Silva, a cultura “pode ser este acréscimo, este elevador social para o século XXI, porque precisamente corresponde à ultrapassagem de outro tipo de desigualdades” tais como as dos que “não têm voz, por diversos motivos, as desigualdades territoriais, e a cultura tem essa capacidade única”.

Adão e Silva foi também questionado por um jovem na plateia sobre “um programa piloto” da Irlanda “designado rendimento básico para as artes” no qual artistas recebem financiamento.

“Sou bastante cético em qualquer medida que seja de rendimento básico”, respondeu Adão e Silva.

Para o ministro da Cultura, “a principal resposta é mais recursos” e associar o financiamento das entidades “à obrigação de criar postos de trabalho, que é o que acontece hoje em dia”.

Em 2018, Cutileiro assinou com o Ministério da Cultura, o município de Évora e a Universidade desta cidade alentejana, um protocolo de doação do espólio e casa-atelier do artista, mas até hoje o espaço aguarda pela dinamização planejada.

Numa tarde de calor alentejano, os jovens da Academia Socialista visitaram o atelier do escultor, que entre pedras, pedaços de mármore, e material de todo o tipo (como tomadas elétricas e cabeças de escovas de dentes elétricas), “não desperdiçava nada”, como explicou Ana Cristina Pais, diretora do centro de artes João Cutileiro.

Dispondo de uma dotação financeira de 29 milhões de euros, Évora foi nomeada Capital Europeia da Cultura em 2027, juntamente com Liepaja, na Letônia.

 

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