Da Redação Agencia Lusa
Ateliers de medicina tradicional chinesa e noites de cinema chinês são algumas das ofertas da primeira edição do "Mundo Global", um novo projeto anual do município de Beja com intuito de divulgar outras culturas, anunciado em 13 de setembro.
Com o título "Made In China", a primeira edição do projeto, que decorre entre 29 de setembro e 07 de outubro, é dedicada à cultura chinesa e promete "invadir" Beja, cidade para a qual está projetado um parque empresarial chinês.
A Associação da Indústria e do Comércio dos Chineses em Portugal quer criar, junto ao futuro aeroporto de Beja, um parque para instalar fábricas chinesas e dotado de condições para se transformar numa plataforma logística de abastecimento e distribuição de produtos chineses no mercado europeu.
O "Mundo Global" pretende criar "um espaço de diálogo cultural" e reflete uma "estratégia de acolhimento, que favoreça o multiculturalismo e permita o encontro entre nós e os que, não sendo aqui nascidos, procuram no nosso país melhores condições de vida", justifica o município.
Neste sentido, em cada edição anual do projeto, a autarquia, através de várias iniciativas, como exposições, mostras de cinema, atividades desportivas, ateliers e conferências, deverá divulgar a cultura de um país diferente.
O destaque, refere a autarquia, irá para os países que "possuem uma maior concentração de cidadãos" em Portugal ou "um papel marcante e destacado em determinado ramo de atividade".
A escolha da China como o país em destaque na primeira edição do "Mundo Global" "não foi casual", segundo a autarquia, já que em Portugal, "os cidadãos chineses têm vindo a constituir verdadeiras comunidades".
"Pouco e pouco, os produtos chineses, fruto de uma economia e política de produção fortíssimas, invadiram ruas e becos, mostrando uma face que nem sempre é bem vista aos olhos dos comerciantes portugueses", salienta o município.
Por outro lado, a China representa também uma "grande riqueza em conhecimentos e cultura, com um percurso vasto enquanto civilização", que "valerá a pena explorar".
Para o município de Beja, a língua, apesar de ser um "obstáculo considerável" na intercomunicação entre portugueses e chineses, "não é pretexto suficiente para justificar o distanciamento entre as duas nações, motivado, talvez, por motivos econômicos".
"Cabe-nos a nós, enquanto portugueses, pioneiros no contato com outros povos, procurar gerar pontes de comunicação que favoreçam uma verdadeira integração desta comunidade, tão fechada sobre si própria", defende o município.
Além dos ateliers de medicina tradicional chinesa e das noites de cinema chinês, o "Made In China" trará exposições de fotografia, ateliers de máscaras chinesas, um ciclo de cinema documental e conferências.