Um ano de presidência portuguesa da CPLP

Da Redação Com agencias

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) marcou um ano de presidência portuguesa da organização. Evitando fazer um balanço do seu primeiro ano à frente da organização lusófona, preferindo deixar essa tarefa "para os embaixadores", o secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, declarou que esta é "uma organização que vale a pena" e por isso continua "motivado".

Domingos Simões Pereira destacou o discurso na ONU do presidente português, Aníbal Cavaco Silva, sobre a importância da comunidade no mundo, como um dos pontos altos deste primeiro ano. "O presidente Cavaco Silva teve uma intervenção que não foi só de chefe de Estado português, mas de fato de presidente em exercício da CPLP, e chamou a atenção não só para aquilo que representam os 230 milhões de pessoas, mas para o que esta comunidade representa no mundo", disse o Simões Pereira, em entrevista à Agência Lusa.

No seu discurso durante a 63ª Assembléia Geral da ONU, em setembro do ano passado, o secretário-executivo foi claro ao "reclamar o direito de ser reconhecida essa competência" da comunidade, além de ter discutido com os seus homólogos lusófonos a necessidade de reforçar a presença da língua portuguesa nas organizações internacionais.

Domingos Simões Pereira destacou ainda a criação do Fundo da Língua Portuguesa, no valor de 30 milhões de euros (R$ 82,21 milhões no câmbio atual), pelo Governo português, em julho do ano passado, seguido pela mensagem do presidente brasileiro, Lula da Silva, sobre a necessidade de reforma do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), na Cidade da Praia, e a aprovação do Plano Estratégico de Cooperação para a Saúde, na reunião de ministros da tutela, a 15 de maio, em Lisboa.

O plano, orçado em 14 milhões de euros (R$ 38,36 milhões), entre 2009 e 2012, prevê a cooperação multilateral dos Estados-membros, com o objetivo de melhorar as condições de vida das populações. "Se formos capazes de conduzir a bom porto esse processo (…) penso que é um modelo de inspiração muito forte para outros domínios", disse. Uma conferência de doadores para financiar este plano deve ser realizado em setembro ou outubro.

Ações Simões Pereira destacou ainda os avanços no Conselho Empresarial, projeto paralisado durante mais de dois anos, mas que, "por iniciativa dos próprios empresários e câmaras de comércio, será transformado em confederação".

Questionado sobre os obstáculos neste primeiro ano de missão, Domingos Simões Pereira afirmou que "não há qualquer sentimento de frustração" caso seja reconhecido que a comunidade não representa estados ricos e que a "solidariedade permite transformar fragilidades em oportunidades".

"Qualquer avaliação será sempre relativa, acreditamos que já se fez algo na CPLP, mas temos a consciência de que esse algo não corresponde às nossas ambições e ainda bem que é assim. Há sempre um espaço de progressão e espero que possamos chegar mais perto da perfeição", disse.

A CPLP realizou, dias 19 e 20 de julho, o 14º Conselho de Ministros, que marca o fim do primeiro de dois anos de presidência portuguesa da organização.

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