“Não deve haver pânico” diz presidente após desaparecimento de crianças em Cabo Verde

Presidente apela para união dos cabo-verdianos em torno do que considerou “uma preocupação nacional”.

Da Redação
Com Lusa

O chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, apelou para “a serenidade” da população no caso das crianças desaparecidas na cidade da Praia, mas defendeu que é preciso encontrar respostas “eficientes” e com “a rapidez possível”.

“Não deve haver reação de pânico, mas de nos compenetrarmos que temos de encontrar respostas, com a rapidez possível e com eficiência, e esperar que as autoridades policiais possam desenvolver o trabalho de investigação e de procura das crianças num ambiente de preocupação, mas com alguma serenidade”, disse Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente da República cabo-verdiano falava aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem da tomada de posse do novo presidente da Cruz Vermelha, Arlindo Carvalho.

Desde novembro desapareceram, na cidade da Praia, três crianças com idades entre os 09 e os 11 anos, estando ainda desaparecida uma jovem de 19 anos e o seu filho recém-nascido, casos que estão a gerar alarme social no país.

Jorge Carlos Fonseca apelou para união dos cabo-verdianos em torno do que considerou “uma preocupação nacional”, sublinhando que o país tem que se “preparar para o pior, esperando o melhor”.

“Podendo ser um fenômeno com contornos complexos, sofisticados ou novos, as nossas forças de investigação policiais devem procurar apetrechar-se e aprimorar os seus métodos de atuação e investigação e adaptar-se a esses tempos novos”, disse, quando questionado sobre teses de que o desaparecimento das crianças poderá estar relacionado com a operação de redes de tráfico de pessoas no país.

“Os tempos são outros, há riscos e perigos e temos de nos adaptar a esses tempos. Todos exigem respostas e eu também estou nessa fileira, mas as autoridades estão a fazer o seu trabalho e a investigar. Vamos esperar que a investigação seja bem-sucedida”, sublinhou.

O chefe de Estado defendeu ainda que “não deve haver nenhum complexo” se o país tiver de pedir ajuda no exterior para solucionar estes casos.

O caso mais recente é o de duas crianças, um rapaz de 09 anos e uma rapariga de 11, que desapareceram cerca das 17:00 (18:00 de Lisboa) de sábado do bairro de Achada Limpo, arredores da cidade da Praia.

Desde 14 de novembro, encontra-se desaparecida outra rapariga de 10 anos, residente no bairro Eugénio Lima, sem que, até ao momento, as diligências efetuadas pelas autoridades tenham tido sucesso na localização da criança.

O Ministério Público anunciou terça-feira a criação de uma equipe conjunta de magistrados e elementos da Polícia Judiciária e Polícia Nacional para investigar os desaparecimentos, adiantando haver registro de quatro casos suspeitos de sequestro.

A equipe de sete pessoas – dois magistrados do Ministério Público, três elementos da Polícia Judiciária e dois da Polícia Nacional – irá trabalhar em exclusivo nestes casos depois de as diligências de investigação desencadeadas até agora não terem resultados.

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