Sessão Solene comemora o Dia da Comunidade Luso Brasileira no Pará

Da Redação

O Dia Estadual da Comunidade Luso-Brasileira, no Pará, foi marcado com uma comemoração antecipada. A data – 10 de junho – criada pela Lei Estadual 8467/2017, teve as homenagens antecipadas para esta segunda-feira, 5 de junho, com a realização de uma Sessão Solene de iniciativa do presidente da Assembleia Legislativa do Pará, deputado Chicão.

A sessão foi presidida pelo líder do Governo na Alepa, deputado Iran Lima, e contou com a presença de representantes das principais instituições lusas no Pará.

“O Pará é muito próximo de Portugal, e entre as capitais brasileiras, Belém é a que possui uma proximidade mais significativa”, destacou o deputado Iran Lima. “Fomos o último estado a aderir à independência, nossa história comprova o vínculo com Portugal”, avaliou o parlamentar.

Segundo ele, a comunidade portuguesa se manteve firme no Pará, e ainda é muito presente nas relações comerciais. “O Poder Legislativo mantém essa relação viva, com muito respeito e agradecimento aos nossos irmãos da colônia portuguesa. Esta homenagem é para estreitar nossos laços de amizade, fraternidade e respeito”, concluiu o deputado Iran Lima.

A Vice-Cônsul de Portugal no Pará, Maria Fernanda Granja Gonçalves Pinheiro, ressaltou a alegria de ver a Casa da Democracia paraense homenagear a comunidade luso-brasileira. “É com orgulho e prazer que vejo esta nossa comunidade, que me faz ter ainda mais respeito pelos portugueses que vivem longe de nossa pátria e que possuem duas terras em seus corações. O Pará soube abrir os braços e acolher nossos compatriotas, que aqui puderam prosperar”, avalia ela.

A Vice-Cônsul destacou a importância do Brasil para a língua portuguesa. Enquanto Portugal possui cerca de 10 milhões de cidadãos residentes, o Brasil conta com cerca de 230 milhões de pessoas que falam a língua portuguesa e a disseminam pelo mundo. “Nossa língua é mais um elo que nos une e fortalece” garantiu Maria Fernanda Granja.

Empresários, escritores, jornalistas e artistas que representam a comunidade e fomentam a cultura portuguesa no Brasil foram homenageados, com a entrega de 24 diplomas de Homenagens Especiais à autoridades e personalidades que contribuem para o fortalecimento dos laços entre o Pará e Portugal.

O presidente em exercício da Câmara de Comércio Portuguesa, Álvaro do Espírito Santo, falou em nome dos homenageados. E lembrou de personagens importantes para a história entre as duas localidades, como Antônio de Deus – o primeiro português a pisar em terras paraenses; os padres Antônio Vieira e João Daniel, que viveram no Pará e contribuíram para tornar nosso Estado mais conhecido por meio de seus trabalhos literários; e Antônio José de Souza Manoel de Menezes – o Conde de Vila Flor, um dos primeiros governadores do Grão Pará.

“Personalidades como essas traduzem o espírito desbravador dos lusitanos, levando a mensagem do que os portugueses são capazes ao mundo”, concluiu Álvaro do Espírito Santo.

Pará e Portugal unidos pela história – Com um oceano entre os dos países, a história criou elos de ligação que não se separam. No Pará, essa proximidade também se destaca, desde os tempos de colônia. Não é à toa que a província do Grão Pará foi a última a aderir à independência do Brasil. Desde então, paraenses e portugueses residentes no Pará convivem de forma integrada.

O Pará sempre foi um destino certo para os imigrantes portugueses, principalmente nos períodos após as guerras mundiais e nos períodos de crise, quando o fluxo migratório aumentava. Os portugueses vinham atrás de oportunidades para melhorar de vida e o governo paraense estimulava a vinda porque havia a necessidade de mão de obra.

Pilares da imigração – Para aliviar a saudade, portugueses se uniam e organizavam em instituições de suporte à permanência na nova terra e para confraternizar entre eles. Eram instituições mantidas pela comunidade portuguesa em todo o Brasil.

Assim surgiram cinco instituições que até hoje fazem parte da história da imigração portuguesa no Pará, e foram as homenageadas durante a solenidade.

Na área da educação e cultura, foi criado o Grêmio Literário Português, onde os patrícios podiam aprender um ofício, compartilhar conhecimentos e conviver. As atividades de esporte e lazer para a comunidade portuguesa eram garantidas pela Tuna Luso Portuguesa.

O amparo à saúde era feito pelo hospital da Beneficente Portuguesa, em funcionamento desde o século XIX.

No comércio, o apoio institucional vinha da Câmara de Comércio Portuguesa, que dava o suporte necessário para os portugueses conseguirem trabalho ou abrirem os próprios negócios.

Ainda, a comunidade lusa criou a Associação Vasco de Ajuda Mútua Vasco da Gama, que garantia contribuições financeiras para ajudar os imigrantes a trazerem suas famílias ou retornarem para casa.

Hoje, as instituições permanecem e são pontos de congregação da comunidade portuguesa local, totalmente integrada à sociedade paraense. Os representantes dessas instituições centenárias foram os homenageados na Sessão Solene.

Cidades irmãs- A relação histórica entre o Pará e Portugal se reflete também na tentativa dos imigrantes reconhecerem aqui um pouco de sua terra. Por isso, muitas cidades paraenses foram criadas com nomes de cidades portuguesas. São 32 localidades homônimas, onde a cultura, a arquitetura e a história são integradas.

Cidades homônimas: Soure, Salvaterra, Chaves, Monsarás, Condeixa, Mosqueiro, Alenquer, Bragança, Melgaço, Portel, Belém, Faro, Santarém e a localidade de Alter do Chão, Monte Alegre, Prainha, Altamira, Porto de Moz, Almeirim, Vigia, São Caetano de Odivelas, Colares, Óbidos, Oeiras, Ourém, Barcarena, Curralinho, Sintra (no município de Maracanã), Alcobaça (no município de Tucuruí), Freguesia de Santana (no município de Igarapé-Miri), Vigia e a localidade de Nazaré, segundo informou a Alepa.

Representantes de instituições centenárias foram os homenageados na Sessão Solene. Foto Baltazar Costa (AID/Alepa)

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