Portugal de “braços abertos” a emigrantes para viver, investir ou fazer turismo

Da Redação com Lusa

Nesta quinta-feira, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse que Portugal está de “braços abertos” a receber os emigrantes para viver, investir ou fazer turismo e exortou-os a manterem o vínculo ao “cordão umbilical” que é a língua portuguesa.

“Esta terra e este país estão de braços abertos para vos receber, seja se quiserem vir viver, investir ou simplesmente se vêm em turismo”, afirmou Paulo Cafôfo, que esteve, em Montalegre, distrito de Vila Real, a celebrar o Dia do Emigrante.

A iniciativa que homenageia os emigrantes foi promovida pela Câmara de Montalegre e incluiu um concurso de gado de raça barrosã e ainda a final do torneio de chegas de bois, uma tradição mais acarinhada na região do que um jogo de futebol.

O secretário de Estado salientou que a diáspora “é um ativo do país”, recordando que são cerca de cinco milhões os portugueses espalhados pelo mundo.

“Têm uma importância vital para o desenvolvimento do país, nomeadamente para os territórios do interior e de baixa densidade (…) O futuro de Portugal não se pode fazer sem a diáspora portuguesa, sem os portugueses e portuguesas que residem no estrangeiro. Nós seremos um país sem futuro se não olharmos para o contributo que podem dar”, afirmou.

Ao dirigir-se diretamente aos emigrantes, Paulo Cafôfo exortou-os a manter a ligação à língua portuguesa, salientando que é uma responsabilidade de quem é pai ensinar o português aos seus filhos.

“Porque deixar de falar português é perder a língua que é o cordão umbilical que nos liga (…) Ouçam música portuguesa, vejam televisão portuguesa, leiam livros portugueses e falem português em casa para manter o vínculo”, defendeu.

A esse propósito, já em declarações aos jornalistas, referiu que há “mais de 72 mil crianças e jovens a aprender português no mundo”, numa rede de ensino do português no estrangeiro que “implica um investimento anual de 30 milhões de euros”.

“E estamos com um investimento de 17 milhões de euros na digitalização do ensino”, referiu, especificando que vão ser distribuídos ‘tablets’ com ferramentas para aprendizagem da língua, que irão “permitir uma maior motivação e maior aprendizagem”.

Para os lusodescendentes que queiram estudar em Portugal, o secretário de Estado destacou que este ano há 7% de vagas disponíveis na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior e 2,5% na segunda fase.

Depois, elencou ainda o apoio do Governo português às associações no estrangeiro que dinamizam atividades ligadas ao nosso país, referindo que, este ano, já foram entregues 900 mil euros de apoios a associações.

Paulo Cafôfo lembrou ainda os programas lançados pelo Governo, nomeadamente o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), criado em 2020, que conta com 260 emigrantes com estatuto de investidor, um valor de investimento de 153 milhões de euros e que “está continuadamente a aumentar”.

No âmbito do programa Regressar, há quase 20 mil pessoas voltaram para Portugal.

“Sendo que há a curiosidade de 77% das pessoas que regressaram terem entre os 25 e os 44 anos e desses 38% têm o ensino superior. Estamos a conseguir captar pessoas que durante os períodos de crise tiveram de sair de Portugal”, frisou.

Além dos apoios, Paulo Cafôfo afirmou que este “é também um sinal político que o Governo dá”, o “tal sinal de braços abertos para receber quem nunca se esqueceu” de Portugal.

No âmbito da iniciativa “ligar Portugal à diáspora” que está a realizar, o secretário de Estado vai também hoje a Fafe contactar com a comunidade emigrante e assistir à apresentação do livro “As Fafeiras” e à exibição do filme “Erosão” sobre temáticas da emigração.

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