Paulo Porto Fernandes é o primeiro luso brasileiro eleito como Deputado da Assembléia da República

Mundo Lusíada
Nesta quinzena o Mundo Lusíada conversou com o Deputado Paulo Porto Fernandes, eleito pela emigração, sendo o primeiro luso brasileiro eleito para representar portugueses e luso descendentes na Assembléia da Republica portuguesa.
Ao Mundo Lusíada o deputado falou sobre sua origem e de onde vieram seus pais, além da formação familiar.
O pai José Manuel Fernandes nasceu no Funchal, na freguesia do Monte, depois seus pais foram viver entre as freguesias da Camacha e do Caniço, onde ainda vivem seus tios e primos. Em 1954, aos 19 anos, José Manuel Fernandes foi para o Brasil, onde viveu inicialmente no Rio de Janeiro, depois morou em Santos e São Paulo, onde se concentra uma grande parte da comunidade madeirense no Brasil.
A mãe do deputado, Marly Porto Fernandes, embora tenha nacionalidade portuguesa, nasceu no Brasil, em Taubaté, berço dos Bandeirantes e terra de Monteiro Lobato, sendo neta de italianos por parte de mãe e portugueses de origem do Porto por parte de pai, de onde veio o sobrenome “Porto”. “Conta minha mãe que seu ascendente é o africanista Silva Porto, que por coincidência do destino é o nome da rua em que moro atualmente no Porto”, disse Paulo Porto Fernandes.
Mundo Lusíada (ML) – Você esteve por muitos anos ligado à Casa Ilha da Madeira de São Paulo, o que dizer para a sua comunidade?
Paulo Porto (PP) – Minha participação e integração com a comunidade portuguesa de São Paulo se iniciou na infância, desde a frequência às fantásticas dependências da Associação Portuguesa de Desportos, onde frequentava suas piscinas, matinês de carnaval e o convívio social com os ranchos folclóricos, entretanto, minha participação ativa ocorreu após minha formação como advogado, quando passei a prestar orientação jurídica a idosos carenciados junto à Casa Ilha da Madeira, associação esta que fui diretor e Presidente do Conselho.
Quanto à nossa comunidade portuguesa e luso-brasileira no Brasil, como já disse em outras ocasiões e reitero, é composta por cidadãos vencedores, os quais tiveram sucesso através de muito trabalho, muita dedicação e honestidade, o que propiciou que as segundas e terceiras gerações, através deste legado, tivessem condições para se integrarem plenamente e se destacarem nos mais diversos segmentos da sociedade brasileira, entretanto, alguns não tiveram o mesmo sucesso e hoje dependem de instituições de longa permanência, mantidas pela comunidade portuguesa, e de políticas de apoio social disponibilizadas pelo governo, seja do Brasil seja de Portugal, o que é uma realidade incontornável.
ML – O que é para você (pessoalmente) ser um “deputado” em Portugal?
PP – Para mim é uma grande honra poder representar a nossa comunidade portuguesa, tanto aos que residem no Brasil como os que residem na Venezuela, África do Sul, Canadá, Estados Unidos e em todos os outros países da Diáspora, principalmente pelo fato de eu ter a honra de ser o primeiro luso-brasileiro a ocupar assento na Assembleia da República de Portugal.
ML – O que representa em sua carreira profissional, ter alcançado tamanho valor como cidadão que ganhou a oportunidade de facilitar o dia a dia de pessoas que são – na grande maioria – desconhecidas pelos deputados e tão próximas a você?
PP – É uma missão extremamente importante e de grande responsabilidade, também é importante ressaltar que é muito importante ter alguém que tenha vivenciado e que perceba vida na diáspora, sendo assim, posso afirmar com segurança que vai fazer toda a diferença, pois muitas situações de desigualdades podem ser combatidas, como exemplo, na área de educação existem políticas criadas pelo governo português com o objetivo de integrar as comunidades de lusodescendentes, com vagas em universidades portuguesas a e facilidade de acesso, entretanto por entraves legislativos e burocráticos estas políticas acabam por não atender a todos da Diáspora, fato este, através da vivencia e proximidade com a  diáspora facilitam encontrar uma solução pela via legislativa.

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