José Correia é o representante da Federação, diz César Soares

Em entrevista ao Jornal Mundo Lusíada, César Soares, representante da Federação do Folclore no Brasil, falou sobre a função da organização, seu trabalho e sobre José Correia, como representante da entidade em São Paulo.

Vanessa Sene | Mundo Lusíada

César Soares esclareceu aos folcloristas de São Paulo sobre o nome de José Correia como sendo o indicado pela Federação. “Eu estive em março em São Paulo, no palco do Centro Trasmontano, na época em que surgiu essa polêmica, eu falei que a Federação do Folclore de Portugal tem um representante em São Paulo que chamava José Correia, e que só ele era representante na época como é até hoje. Isso baseado na FFP que já há 12 anos mantém como diretor o presidente de uma delegação, que na realidade é um grupo de trabalho.

Nós não interferimos em nada, apenas procuramos ajudar as pessoas que nos solicitam, da melhor maneira possível, e desde o início, o Zé Correia é o nosso representante em São Paulo, e irá continuar”.

José Correia explicou ainda sobre a polêmica gerada em torno de um pedido feito à delegação brasileira da FFP. O prazo estipulado para retornar a resposta solicitada era “estritamente curto” para Correia. E a confusão se iniciou.

Atualmente, dos grupos folclóricos existentes no Brasil, cerca de 80 grupos, somente quatro são filiados à FFP. Três deles do Rio de Janeiro, e em São Paulo apenas o Arouca SP Clube. No Rio de Janeiro, segundo César Soares, existem 24 grupos folclóricos, além de 13 mirins. Em São Paulo, cerca de 18 grupos.

Divergência no Folclore

Segundo César Soares, não há divergências entre a Federação, no folclore de Portugal, França e Brasil. “O que existe é um grupo, chamado Grupo Jovem, formado em Paris, e me parece que através da internet mantém alguns contatos com pessoas do Brasil. Como havia uma mudança na FFP, um vice-presidente da FFP achou que teriam mexido na Delegação também do Brasil”.

Soares disse que foi solicitado para a delegação brasileira, documentos para fazer carteiras, o que não foi enviado imediatamente, “por culpa nossa, mas já foi feito”. Na época Soares colocou o seu cargo à disposição mas foi pedido, segundo disse, que permanecesse como está até a próxima eleição. “Era a minha vontade, eu já ia sair, imagine vir do Rio de Janeiro em São Paulo para ver grupos folclóricos, é complicado. Por isso que o Zé Correia foi nomeado, e pelo menos até 2007 estaremos juntos.

Depois vou pensar se eu quero continuar ou se passará diretamente ao Zé Correia a parte de São Paulo e o Rio de Janeiro, vamos ver como fica na próxima eleição. Alguém pode ser eleito por Portugal”, exemplificou. Correia explicou ainda que todos os grupos de São Paulo receberam ofício da Federação informando sobre os seus representantes. Caso algum não tenha recebido, “por problemas de endereço”, pode lhe ser solicitado uma segunda via.

Pedido à Delegação

Para José Correia, a situação que criou polêmica com a Federação provocou chateação. “Nos foi feito um pedido e nos dado até uma data limite para poder atender esse pedido. E nós não vivemos de folclore, temos os nossos negócios. O tempo que nos deram para responder e ajudar era imensamente curto, eu fui bem claro, e isso acabou gerando isso tudo”.

Correia preferiu não “usar do jornal” para responder a alguém, mesmo porque a Federação deve se manifestar “no momento certo”. “Pela pessoa que sou, todos já me conhecem, até escusava de haver esse tipo de documentação porque nós somos homens públicos, em todos os lugares que vou eles dizem ‘vem aí o representante da Federação do Folclore Português’. Mas é preciso que a documentação exista porque as vezes nos deparamos com situações como essa”.

Ajuda vinda da Federação aos grupos é relativa. “Um determinado grupo pode me pedir ajuda e eu tenho que saber se o grupo está interessado realmente em receber essa ajuda. Nós nunca chegamos num grupo dizendo se estão certos ou errados, nós observamos e ficamos calados porque as vezes um grupo que vai em um ritmo, se mudar de repente pode acabar”, explicou Soares.

Os representantes da delegação defendem a idéia de que alguém que queira mudar um sistema de dançar criado pelos fundadores de um grupo, pode levar ao término dele. “Nós temos muito cuidado quando nos perguntam alguma coisa, pensamos três vezes se vamos responder e nunca respondemos de imediato.

Até porque nenhum de nós tem a verdade. Nós nos reunimos e vemos se temos condições de responder, e se não tivermos, consultamos a origem em Portugal”, afirmou o folclorista que trabalha há 27 anos no folclore.

Orientação da Federação

Segundo José Correia, a própria Federação orienta que seus representantes não se manifestem espontaneamente, mas somente depois de serem “provocados”. “Se você tem um grupo folclórico e tem interesse em seguir alguma coisa que a Federação entende que é correto, é preciso que você diga.

 

A partir deste momento em que nós somos provocados, sentimos a vontade de dar uma ajuda. Eu não posso dar opinião em algo que não foi pedido. Nós estamos sujeitos a escutar, como já escutamos algumas vezes, ‘quem disse que eu quero saber o que a Federação diz’”.

Alguns grupos podem ser filiados com pequenos detalhes, mas para eles, o importante é a difusão da cultura folclórica portuguesa. “Jamais vamos chegar a um grupo e dizer que uma menina está mal vestida ou que dançou uma música errada. Nós temos que bater palmas para todos aqueles que trabalham em prol do folclore português, bem ou mal, estão fazendo alguma coisa por Portugal, isso é muito importante para todos nós”.

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