Cerca de 55 mil estrangeiros interessados em trabalhar em Portugal

Da Redação com Lusa

Nesta sexta-feira, 11, a ministra do Trabalho anunciou que “cerca de 55 mil trabalhadores” estrangeiros manifestaram interesse em entrar e permanecer em Portugal para procurar emprego, através da página do IEFP criada para esse efeito.

Os dados foram avançados pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Segundo Ana Mendes Godinho, até agora “cerca de 55 mil trabalhadores” registraram-se na página do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) a manifestar interesse em procurar emprego em Portugal, sublinhando que são trabalhadores “determinantes” para o mercado de trabalho em Portugal e para as contribuições da Segurança Social.

Em outubro, também numa audição na comissão de Orçamento e Finanças, a ministra do Trabalho indicou que o número de trabalhadores estrangeiros por conta de outrem com remunerações declaradas à Segurança Social atingiu os 530 mil, representando 12% do total dos inscritos.

Segundo a governante, o número de trabalhadores declarados à Segurança Social atingiu recordes este ano, com cerca de 4,9 milhões de pessoas.

Ana Mendes Godinho salientou a “evolução extraordinária desde 2015” quanto aos trabalhadores estrangeiros que declaram remunerações à Segurança Social, indicando que em 2015 existiam “110 mil pessoas estrangeiras a contribuírem para o sistema” de Segurança Social e em 2022 esse número é de 530 mil.

Integração de imigrantes

Também neste dia 11, a Alta-Comissária para as Migrações, Sónia Pereira participou em Barcelona, Espanha, numa conferência promovida pelo Centro de Diálogo Internacional – KAICIID, para partilha de estratégias e o reforço de parcerias para a inclusão social nas cidades europeias.

Vinte municípios estão atualmente a desenvolver planos municipais com o apoio do Alto-Comissariado para as Migrações com o objetivo de envolver as comunidades na integração dos imigrantes.

Segundo a alta comissária, os imigrantes que precisem de ajuda podem recorrer em Portugal a quatro centros nacionais do ACM (em Lisboa, Porto, Beja e Faro), em articulação com 154 centros de apoio local, espalhados pelo país, em parcerias com municípios, entidades da sociedade civil e instituições do ensino superior.

“Neste momento nós temos ofertas de trabalho em todo o país e, por vezes, essa possibilidade de não ficar a viver em Lisboa para alguns migrantes pode ser mais complicada, mas de fato é uma necessidade nacional. Nós procuramos transmitir informação sobre as várias regiões do país, as várias cidades e as oportunidades que existem”, disse.

Para quem chega, as principais dificuldades têm sido o acesso à habitação acessível e com condições e a ansiedade causada “sobretudo pelo tempo de espera” até à conclusão do processo de um título de residência, provisório ou definitivo, em que as pessoas “estão ainda num limbo”, acrescentou.

Nestes centros, os migrantes podem procurar ajuda para o processo de legalização (feito através do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), tirar dúvidas, pedir apoio na aprendizagem da língua portuguesa, orientação na procura de trabalho, e receber apoio social ou na procura de alojamento.

A alta comissária alertou que, já em Portugal ou ainda no país de origem, os imigrantes devem ter acesso a informação credível e oficial, pelo que o organismo lançou uma Guia de Acolhimento para Migrantes, que indica procedimentos e quais os documentos necessários, nomeadamente de identificação e documentação associada às suas capacidades e formação para integração no mercado de trabalho.

Atualmente os cidadãos do Brasil continuam a ser os que mais procuram Portugal, mas há também um grande crescimento de migrantes oriundos de países asiáticos, como a Índia, Paquistão e Bangladesh.

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