Casa dos Açores apaga a vela dos 60 anos e folcloristas vão comemorar na Ilha do Pico

Por Igor Lopes

 

A mesa solene durante aniversário da Casa dos Açores. Fotos: Igor Lopes

A Casa dos Açores do Rio de Janeiro comemorou 60 anos de fundação no último dia 6, na Tijuca, Zona Norte da cidade. A cerimônia reuniu intelectuais, ex-diretores da casa, além de dezenas de pessoas que têm a cultura portuguesa correndo solta nas veias. A programação incluiu ainda um almoço no dia 8, que marcou também a despedida do rancho folclórico da casa que foi mostrar ao arquipélago português a força da cultura açoriana em terras brasileiras.

A sessão solene foi recheada de emoção. Desde a apresentação de traços da história da casa, passando pelas linhas que delineiam a cultura açoriana até culminar em homenagens e numa bela apresentação de fados, através da voz do jovem fadista Antônio Cardoso, da Ilha de São Jorge. No final da noite, restaram aplausos, coquetel e a certeza de que a casa vai continuar promovendo a cultura dos Açores por muitos anos.

Segundo Antônio Carvalho Toste, presidente da casa, durante esse tipo de celebração, é preciso recordar as dificuldades e situações adversas ultrapassadas. Em sua opinião, é importante “que se mantenham acessas as chamas dos açorianos”. Toste agradeceu aos antigos presidentes e diretores, “que deram o seu melhor”, e fez menção ao trabalho do departamento feminino e da equipe de folclore. “Que todos partilhem da nossa alegria de completar 60 anos desta casa”, frisou o atual presidente.

Para Nuno Bello, cônsul-geral de Portugal no Rio, esse tipo de evento, por mais que celebre a fundação de uma casa específica, é uma forma de encontro de amizade de todas as casas. Segundo o diplomata, é visível o dinamismo da comunidade portuguesa no Rio e essa festa realça a importância da sociedade portuguesa que escolheu a cidade maravilhosa para viver.

Orador oficial da cerimônia, Antônio Gomes da Costa, presidente da Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras no Rio, fez um resumo do panorama das fundações das casas e clubes portugueses cariocas e falou sobre a evolução da comunidade lusitana na cidade. Gomes da Costa, que comanda também o Real Gabinete Português de Leitura, disse que é necessário haver locais onde haja vibração de energia luso-brasileira. Para ele, a ligação entre as casas portuguesas e a sociedade brasileira é fundamental.

No domingo, dia 8, a festa continuou com um almoço na sede do clube. O evento marcou a despedida do rancho folclórico Padre Tomáz Borba, que viajou para os Açores, onde irá se apresentar pela primeira vez após 57 anos de fundação. As apresentações ficarão concentradas na Ilha do Pico.

O domingo reservou uma atração internacional com a apresentação de três cantadores que vieram dos Açores e mostraram o melhor das modas tradicionais, como “desafio” e “cantigas de improviso”.

 

Festa prolongada

Em abril, a Casa dos Açores já havia feito uma prévia da comemoração dos 60 anos, aproveitando a visita, ao Brasil, do presidente do governo regional dos Açores, Carlos César. O responsável pelo Governo regional açoriano participou de um jantar comemorativo do aniversário da casa e, durante o encontro com a comunidade açoriana, falou da importância da juventude na manutenção dos trabalhos nas casas regionais açorianas espalhadas pelo mundo. Naquela oportunidade, perto de 200 pessoas prestigiaram a visita do presidente.

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