Surtos de ‘legionella’ estão a ser tratados com “cuidado e rigor” em Portugal

Da Redação com Lusa

O ministro português da Saúde garantiu nesta sexta-feira que o caso dos surtos de ‘legionella’ está a ser tratado com “todo o cuidado e rigor” e pediu que não se atropele “os tempos necessários” da ciência.

“É um trabalho que as autoridades de Saúde Pública estão a fazer e estão a conduzir com toda o cuidado e rigor”, respondeu Manuel Pizarro quando confrontado com o andamento da investigação para se descobrir a origem dos surtos de ‘legionella’ em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, e em Matosinhos, no Porto.

Desde o início do mês foram identificados dois ‘clusters’ de Doença dos Legionários na região Norte, primeiro em Caminha, onde foram confirmados sete casos, e, na quinta-feira, num lar em Matosinhos, no qual foram identificados dois casos, tendo sido registrado um morto.

“Aparentemente são casos distintos, mas não atropelemos os tempos necessários da ciência de investigação. Há um conjunto de exames, de testes, que têm que ser feitos e (…) da forma mais rápida possível, mas o mais rápido não pode pôr em causa o rigor com que esse estudo é feito”, salientou Manuel Pizarro.

Segundo disse, “aparentemente o caso de Matosinhos é um caso esporádico, o surto de Caminha é um caso que estará aparentemente limitado, mas esse trabalho está a ser feito com muito cuidado”.

Matosinhos

A Administração Regional de Saúde – ARS Norte anunciou hoje a existência de dois utentes infetados com `legionella´ num Equipamento Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) em Matosinhos, no distrito do Porto, um dos quais acabou por morrer.

Contudo, a ARS Norte não revelou qual o lar em questão, nem quando ocorreu a morte, nem a idade e o sexo da vítima mortal. Também não adiantou pormenores sobre o outro utente infetado.

A administração regional avançou, contudo, que a origem do ‘cluster’ em Matosinhos é provavelmente ambiental, tendo já sido implementadas as medidas de controlo.

“Tendo em conta que o período de incubação pode ser de até 14 dias (sendo o mais comum de 5 a 7 dias), as autoridades continuarão a monitorizar o surgimento de eventuais novos casos”, frisou.

A Indaqua, empresa portuguesa de gestão de sistemas de abastecimento de água, adiantou hoje à Lusa que cabe à ARS do Norte coordenar e identificar a origem do foco de `legionella´ em Matosinhos.

“Uma vez que os surtos de `legionella´ podem ter origens múltiplas, entre as quais torres de arrefecimento, sistemas de ar condicionado e de águas quentes em edifícios, entre outros, competirá à Autoridade de Saúde coordenar e identificar a origem dos focos, com quem a Indaqua, no âmbito da sua atividade, mantém contatos regulares”, explicou a empresa, em comunicado.

Contactada pela Lusa, a diretora técnica do Centro Social de Leça do Balio, lar que registou os dois casos de `legionella´, revelou que mais nenhum utente apresenta, para já, sintomas da doença.

“Não apresentam [utentes], até ao momento, sintomas”, afirmou Graciete Pinto.

Os idosos e respetivos familiares estão a par da situação e da importância das medidas adotadas, estando tranquilos, aludiu.

A Doença dos Legionários, uma pneumonia provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila’, caracteriza-se pelo aparecimento de sintomas como febre, mal-estar geral, dores de cabeça, dores musculares, tosse não produtiva e diarreia.

A infecção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água (aerossóis) ou, mais raramente, por aspiração de água contaminada com a bactéria.

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