Policiais cumprem mandados de busca e apreensão no Brasil e Portugal contra tráfico internacional

Da Redação

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, dia 23, operação para colher provas de crimes de lavagem de dinheiro, praticados por investigados envolvidos em organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

A investigação teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a Operação Overload (deflagrada em 2020) e Operações AKE e Lavaggio I, II e III e tem por objetivo identificar bens obtidos com proventos oriundos das atividades da organização criminosa e outros envolvidos que tenham autorizado o uso de seus nomes para ocultá-los.

As 16 pessoas investigadas – onze pessoas físicas e cinco pessoas jurídicas – movimentaram mais de 100 milhões de reais, cabendo à investigação, com o que for colhido nesta data, apurar detalhadamente o que é movimentação lícita e movimentação ilícita.

Nesta 7ª fase deflagrada hoje, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão expedidos pela Primeira Vara Federal de Campinas. Desses 13 mandados, 10 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Além das buscas no território brasileiro, por meio de cooperação jurídica internacional, também, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na cidade de Maia, Área Metropolitana do Porto, Norte de Portugal. Estes mandados foram autorizados pela Primeira Vara Federal de Campinas e chancelados pelo Tribunal de Maia, em desfavor de um casal de brasileiros residentes no continente e uma pessoa jurídica titularizada por ambos.

Estes mandados são cumpridos pela Polícia Judiciária de Portugal, acompanhada de Peritos Criminais de Portugal e um Perito Criminal Federal da Polícia Federal brasileira.

Os indícios até então colhidos pela Polícia Federal brasileira mostram que o casal matinha estreita ligação com o principal investigado e movimentaram milhões de reais a pedido deste.

A atual fase de investigação está centrada no círculo financeiro de um dos principais investigados na utilização da logística do Aeroporto Internacional de Viracopos e de Guarulhos para enviar remessas de grande quantidade de drogas para a Europa.

Segundo a PF, esse investigado central já se encontra preso em razão de duas decisões condenatórias, tendo sido sentenciado a 20 (Operação AKE) e 112 anos (Operação Lavaggio III).

Segundo elementos colhidos durante a investigação, os atos de ocultação e dissimulação ocorreram por meio de diversos mecanismos: recebimentos de dinheiro em espécie; recebimentos de valores por intermédio de interpostas pessoas, tanto físicas quanto jurídicas; depósitos em dinheiro de forma pulverizada em contas-correntes de terceiros; pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de atuação, sem fundamentação econômico- financeira.

Ainda eram realizadas operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configuram artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos beneficiários finais; além de depósitos, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico financeira; e movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal também autorizou o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.

A operação de hoje é o sexto desdobramento da Operação Overload e decorre do trabalho da Polícia Federal em descapitalizar as organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas.

Participaram da operação 50 policiais federais, 16 policiais militares do BAEP de Campinas e seis servidores da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

 

Da Operação Overload (1ª fase)

Durante as investigações da Operação Overload, constatou-se a existência de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas operando a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, envolvendo empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.

Na Operação Overload, 32 pessoas foram presas temporariamente, por 30 dias, e foram apreendidos veículos e dinheiro no valor aproximado de 3 milhões de reais.

Ao final do prazo de 30 dias, o pedido de prorrogação do prazo da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não foi acolhido pela Justiça e os presos foram postos em liberdade.

A partir de então, a Polícia Federal passou a dedicar-se exaustivamente a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar sistematicamente pela prisão preventiva de todos os envolvidos.

Da Operação AKE (2ª fase)

Em 3/12/2020, no primeiro desdobramento da operação Overload, a Polícia Federal deu cumprimento a sete mandados de prisão preventiva expedidos contra os investigados que compunham parte da organização criminosa, estando estes presos até a presente data.

Da Operação Lavaggio I (3ª fase)

Em 10/2/2021, segundo desdobramento, durante as apurações da Operação Lavaggio, a Polícia Federal identificou na análise de material apreendido, ao menos, 20 atos de lavagem relacionadas a um dos principais investigados, contabilizando alienações de veículos e compras de imóveis (apartamentos, casas, chácaras), o que foi feito envolvendo familiares do investigado cujas rendas eram incompatíveis com as transações, além de terceiros e pessoas jurídicas.

Na oportunidade, foram cumpridos 6 mandados de busca e apreensão e sete ordens judiciais de bloqueio de imóveis (Campinas e Monte Mor), cujo valor aproximado ultrapassou 3 milhões de reais.

Da Operação Airline (4ª fase)

Em 6/7/2021, terceiro desdobramento, a Polícia Federal centrou seu trabalho em cumprir 18 mandados de prisão preventiva dos envolvidos e dois mandados de busca e apreensão.

Da Operação Lavaggio II (5ª fase)

Em 25/10/2021, quarto desdobramento, a Polícia Federal centrou seu trabalho em Mato Grosso, já tendo identificado movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada, além da aquisição de joias, relógios e veículos de luxo, além de apartamentos, empreendimentos imobiliários, tendo sido cumpridos sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Campinas, sendo cinco em Mato Grosso e dois em São Paulo.

Durante o cumprimento, um dos foragidos da Operação Overload foi encontrado, tendo sido cumprido o respectivo mandado de prisão preventiva.

Da Operação Lavaggio III (6ª fase)

Em 1º/12/2021, quinto desdobramento da investigação, a Polícia Federal concentrou-se em familiares dos investigados residentes em Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Tarumã e São Paulo, que utilizavam a logística do Aeroporto Internacional de Viracopos para enviar remessas de grande quantidade de drogas para a Europa, tendo identificado movimentações financeiras incompatíveis com as rendas declaradas, utilização de laranjas para a ocultação de valores obtidos com o tráfico internacional de drogas. compra e venda de imóveis.

O investigado central dessa sexta fase foi preso em Indaiatuba, SP, durante a Operação Overload e era o principal responsável pela articulação externa entre traficantes e integrantes do núcleo interno do aeroporto para inserir drogas em aeronaves.

Na 6ª fase foram cumpridos 13 mandados, sendo nove de busca e apreensão e quatro de prisão temporária.

 

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