Polícia identificou suspeitos de cânticos racista contra jogador do FC Porto

Mundo Lusíada
Com Lusa

A polícia portuguesa identificou várias pessoas suspeitas de dirigirem cânticos e insultos racistas ao futebolista Moussa Marega no jogo entre Guimarães e FC Porto no domingo, informou nessa terça-feira fonte da polícia.

A mesma fonte, que não adiantou o número de suspeitos identificados até ao momento, adiantou que a PSP continua as diligências para recolher informações e identificar outros envolvidos nos cânticos racistas ao futebolista Marega.

Segundo a Polícia, a PSP está utilizar todos meios legais ao dispor, como videovigilância e testemunha, para identificar os envolvidos.

A fonte da Polícia de Segurança Pública disse ainda que toda a informação recolhidas é enviada para o Ministério Público (MP) de Guimarães, no âmbito do processo crime, e para a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, que instaurou um processo contraordenacional.

No domingo, em Guimarães, durante um jogo da 21.ª jornada da I Liga de futebol entre o Vitória de Guimarães e o FC Porto, o atacante dos ‘dragões’ Moussa Marega abandonou o jogo, após ter sido alvo de cânticos e insultos racistas por parte de adeptos da equipe minhota.

Vários jogadores do FC Porto e do Vitória de Guimarães tentaram demovê-lo, mas Marega mostrou-se irredutível na decisão de abandonar o jogo, tendo acabado por ser substituído, numa altura em que os ‘dragões’ venciam por 2-1, resultado com que terminou o encontro.

Na sequência deste incidente, o MP instaurou um inquérito.

Em Guimarães

O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, afirmou que “não há racismo” no concelho, sublinhando que os incidentes de domingo com o futebolista Marega foram um “epifenômeno desportivo” que deve ser avaliado “com justiça”.

Em declarações aos jornalistas, Domingos Bragança disse que não está a relativizar o que aconteceu no domingo no estádio D. Afonso Henriques e vincou que condena “qualquer tipo de atitude de racismo”, seja em Guimarães ou em qualquer outra parte do mundo.

“Quem conhece Guimarães, sabe que é assim: em Guimarães não há racismo, Guimarães é uma cidade inclusiva, multicultural e multirracial. Os episódios que aconteceram não expressam o que é Guimarães, nem os vimaranenses, nem os vitorianos”, referiu.

Defendeu que a direção do Vitória e as entidades oficiais do desporto e da justiça apurem “com justiça” o que se passou. E que Guimarães é uma cidade “contemporânea, aberta ao mundo” e que os vimaranenses “são pela universalidade e pela aceitação de todos, independentemente da sua condição, seja ela qual for”.

Formulou votos de que o desporto “seja uma festa permanente” e que o Vitória seja “cada vez maior”, nomeadamente em adeptos e no seu apoio.

No parlamento

O BE requereu audições parlamentares da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga de Clubes e do Sindicato de Jogadores para conhecer as medidas das estruturas no combate ao racismo e em defesa do “`fair play´” desportivo.

“A par da legislação em vigor, importa conhecer os passos que cada uma destas estruturas tenciona dar no sentido de intensificar o combate em defesa do fairplay, da verdade desporto e do futebol como desporto e não como palco de atos racistas”, afirma o BE no requerimento, dirigido à comissão parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto.

O BE recorda a aprovação, na passada legislatura, de diplomas para dar “mais robustez” ao combate à violência no desporto, em particular nos recintos desportivos, considerando que, quase um ano depois, verifica-se a “manutenção de episódios de violência racista”.

Assim, considera, “é momento de refletir sobre a necessidade de mais e melhores instrumentos de combate ao racismo no desporto”, defendendo que os atos racistas “devem ser punidos de forma exemplar”.

No documento, o BE afirma que as estruturas representativas do futebol profissional têm “nos últimos anos aderido e proporcionado um conjunto de iniciativas” em defesa do `fair play´ e contra o racismo no futebol, defendendo a necessidade de o parlamento conhecer as iniciativas para “intensificar” aquele combate.

Também na sequência do caso, o PCP pediu na segunda-feira a audição, no parlamento, do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, secretário de Estado da Juventude e Desposto, João Paulo Rebelo, e da Liga de Clubes.

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