Em Fátima, Secretário de Estado do Vaticano diz que Deus é sempre futuro de paz e esperança

Da Redação com agencias

No 13 de maio o cardeal secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, celebrou a Santa Missa internacional no Santuário de Fátima que encerrou a peregrinação de maio. Na sua homilia disse que “a partir da Cova da Iria, a humanidade pode aprender o valor da unidade, da esperança e da paz, construída a partir da pluralidade, porque Maria nunca está do lado dos “profetas das desventuras”.

Na celebração deste sábado, o cardeal disse que Deus é “sempre um futuro de paz e de esperança”, e defendeu que a casa comum, neste “planeta saqueado”, deve ser espaço de encontro, conhecimento e cooperação.

“A história dos crentes, de que Fátima é sinal e anúncio, sempre nos mostra Maria solícita e presente, por graça de Deus, no dia a dia dos fiéis e no seu tempo, para que a luz da Páscoa ilumine as inteligências, os corações, as mãos, as obras e os dias, abrindo-os, assim, ao futuro de Deus, que é sempre um futuro de paz e de esperança”, afirmou Pietro Parolin, na missa de encerramento da peregrinação internacional aniversária de maio ao Santuário de Fátima.

No dia em que o Papa Francisco recebe o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que se encontra em Roma, o secretário do Vaticano sustentou que “a História não é um afastamento progressivo e inexorável de Deus”, como poderia levar “a crer aquilo que, geralmente”, são considerados sinais da sua ausência, como “as lágrimas sem resposta, o luto contínuo, os lamentos causados pela infidelidade, a traição e a violência, a fadiga que se sente em viver numa cidade baseada na opressão, a morte que apaga e silencia tudo e todos”.

“Ao contrário, a História constitui o aproximar-se fielmente de nós da cidade de Deus, onde tudo resplandece com a novidade que a sua presença e benéfica ação tornam possíveis”, considerou.

O cardeal Pietro Parolin realçou, depois de lembrar que Deus está “naqueles que o mundo esquece e descarta”, que Jesus “deseja realizar em cada pessoa humana este mistério oculto há séculos, ser Pai mesmo de quem não passa de terra e cinza”.

Sobre Fátima, disse que “há duas palavras que este lugar santo da Cova da iria, com a sua história e espiritualidade”, propõe, a penitência e oração.

“A penitência autêntica faz-nos crescer numa justa relação com o próximo; a oração verdadeira educa-nos para o encontro com a Santíssima Trindade”, declarou, pedindo que estas palavras nunca se afastem dos corações.

As celebrações finais da peregrinação de 12 e 13 de maio começaram com a procissão em direção ao altar, na qual, a abrir, vários jovens transportaram a cruz peregrina, um dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Lisboa, em agosto.

Na missa, concelebrada por três cardeais, 23 bispos e 274 padres, na oração universal, entre outras intenções, pediu-se “por todas as pessoas que foram vítimas de qualquer espécie de abusos no seio da Igreja, para que encontrem nas suas vidas a paz, o amor, a luz e a esperança de Cristo ressuscitado”.

Nesta peregrinação, 106 anos após os acontecimentos de Fátima, fizeram-se anunciar 151 grupos, dos quais 82 de Portugal e os restantes de 26 países estrangeiros, segundo confirmou os serviços do santuário à agencia Lusa.

“Esta ligação entre este Santuário, as Jornadas e Lisboa, como local onde se vão reunir os jovens de todo o mundo, é bem simbólico do papel do peregrino de Fátima”, afirmou D. José Ornelas, ao lembrar as preces partilhadas pelos inúmeros grupos de peregrinos que encontrou nos últimos dias a caminho da Cova da Iria.

Domingo

Na homilia da Missa deste domingo, o reitor do Santuário de Fátima instou os peregrinos a corresponderem ao amor a Cristo. O padre Carlos Cabecinhas exortou os peregrinos a corresponder ao amor de Jesus Cristo, vivendo segundo os seus mandamentos e tomando como guia as vidas dos santos Pastorinhos.

“O Evangelho começava com a expressão ‘se me amardes’… E tudo o resto, no Evangelho agora proclamado, depende desta condição… Se O amarmos viveremos necessariamente segundo a sua vontade”, começou por referir o presidente da celebração, ao apresentar a vida cristã como “relação que estabelecemos com Jesus Cristo”.

O reitor do Santuário de Fátima lembrou a promessa, “que está no centro do Evangelho”, da “presença de Jesus Cristo vivo, no meio da humanidade”, para apresentar o amor como atitude que “procura a proximidade” e um ato de vontade, que se expressa numa correspondência.

“Jesus pede-os que saibamos corresponder ao seu amor com amor. Sermos discípulos de Jesus Cristo ressuscitado implica necessariamente aderirmos a Jesus Cristo, amá-Lo, e este amor manifesta-se nas opções, nas atitudes, nas decisões, naquilo que compõe o nosso dia a dia. Sermos cristãos implica vivermos segundo a vontade de Jesus, dos seus ensinamentos, expressos na sua Palavra, que expressa a sua vontade”, explicou o presidente da celebração.

Por fim, o reitor do Santuário apresentou a vida dos Santos Pastorinhos como como expressão exemplar de uma entrega à vontade de Deus.

“Os Pastorinhos viveram esta vontade de fazer a vontade de Jesus, não se deixando intimidar por nada, não se assustando perante as dores e sofrimentos que tiveram de enfrentar. Em tudo procuraram dar-Lhe alegria. Olhemos para a nossa vida e perguntemos-mos se realmente amamos Jesus e, se sim, se procuramos fazer a Sua vontade.”

O cardeal Pietro Parolin, celebrou a Santa Missa na manhã deste domingo, dia 14, na igreja paroquial do Parque das Nações em Lisboa, refletindo sobre o caminho de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.

O primeiro-ministro português e o secretário de Estado do Vaticano visitaram no sábado a sede da JMJ Lisboa 2023, destacando a mensagem de paz e diálogo do encontro mundial que vai decorrer de 1 a 6 de agosto.

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