Com quase 100 dias do anúncio da covid-19, o mundo tem mais de 80 mil mortes

Da Redação
Com agencias

Quase 100 dias depois de ter sido descoberto o novo coronavírus, a cidade chinesa de Wuhan, onde a covid-19 foi identificada pela primeira vez, começou a reduzir as medidas de restrição de movimentos da sua população. Foi em 9 de março que a Organização Mundial da Saúde, OMS, foi notificada dos primeiros casos de “pneumonia com causa desconhecida” na China.

A partir desta quarta-feira, os moradores podem sair da cidade e outras pessoas podem entrar. Mas outras medidas de isolamento social continuam ativas devido ao número de pessoas que não apresentam sintomas, mas estão infectadas com o vírus.

Até esta quarta-feira, o vírus já tinha infectado cerca de 1,3 milhão de pessoas em mais de 200 países e territórios. Dados já atualizados nessa quinta, a pandemia matou quase 89 mil pessoas em todo o mundo desde que surgiu em dezembro e mais de 1,5 milhões estão infectados, segundo um balanço da AFP desta quinta-feira.

Falando a jornalistas, em Genebra, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que continua preocupado com a falta de equipamentos de proteção médicos. A agência publicou novas orientações sobre o uso de máscaras médicas pela população em geral, mas Ghebreyesus avisou que este recurso apenas é eficaz com um pacote completo de intervenções.

Dede o início do surto, a OMS já enviou mais de 900 mil máscaras cirúrgicas, 62 mil máscaras N95, 1 milhão de luvas, 115 batas médicas, 17 mil óculos de proteção e 34 mil proteções faciais para 133 países. A agência também enviou kits de testes para 126 países.

Líderes mundiais
Um grupo formado por 165 personalidades de projeção internacional, incluindo 92 ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, se juntaram para exigir a criação de uma força-tarefa executiva do G20 (o grupo das 20 maiores economias do mundo) e uma conferência global imediata para coordenar um esforço bilionário de combate ao novo coronavírus.

Na carta aberta, o grupo fala em acelerar a busca por uma vacina e tratamentos, além de reativar a economia global, e solicita compromisso com um financiamento “muito além da capacidade atual das instituições internacionais existentes”.

“A emergência econômica não será resolvida até que a emergência de saúde seja resolvida: a emergência de saúde não terminará simplesmente exterminando a doença em apenas um país, mas garantindo a recuperação do covid-19 em todos os países”, afirma o comunicado.

A carta é assinada por nomes como os ex-primeiros-ministros britânicos Tony Blair e Gordon Brown, Ehud Barak, de Israel; o ex-primeiro-ministro espanhol José Luís Zapatero, o ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Barroso, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Felipe Calderón (México), Juan Manuel Santos (Colômbia), entre dezenas de outros. Também fazem parte da lista de signatários o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, o ex-secretário-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, além de ex-diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e acadêmicos.

O chamamento dos líderes é para um acordo, dentro dos próximos dias, que inclui a liberação de US$ 8 bilhões para acelerar o esforço global de vacinas, cura e tratamento e mais US$ 35 bilhões para apoiar sistemas de saúde, com a aquisição, de forma coordenada, de ventiladores a kits de teste e equipamentos de proteção para profissionais de saúde.

O grupo também pede a injeção de US$ 150 bilhões em países em desenvolvimento para que possam combater os efeitos da crise médica e econômica, impedindo que uma segunda onda da doença retorne aos países à medida em que saiam da primeira onda. A carta também fala em renunciar ao pagamento de juros da dívida para os países mais pobres, incluindo US$ 44 bilhões da África ainda este ano.

Eles ainda propõem a emissão de US$ 500 a US$ 600 bilhões em recursos adicionais pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na forma de direitos de saque especiais.

África
África vê aumentar o número de casos confirmados para mais de 10 mil. O número de mortes chegou a mais de 500. Enquanto o vírus demorou a chegar ao continente, a infecção está crescendo exponencialmente nas últimas semanas.

O primeiro caso da covid-19 da África foi registrado no Egito em 14 de fevereiro. Desde então, 52 países notificaram casos. Inicialmente, o vírus estava apenas nas capitais, mas um número significativo de países está agora relatando casos em várias províncias.

A diretora regional para a África da OMS, Matshidiso Moeti, disse que “a covid-19 pode provocar milhares de mortes, mas também causar devastação econômica e social.” Para ela, “a expansão para além das grandes cidades significa a abertura de uma nova frente na luta contra o vírus.”

A nova pandemia também está tendo consequências econômicas e sociais na região da Ásia-Pacífico, informou esta quarta-feira a Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico, Escap.

Um novo relatório sublinha que a crise representa um “risco imediato para as perspectivas econômicas da região, aprofundando a desaceleração econômica que já estava em andamento.” A pesquisa destaca “incertezas significativas” sobre as consequências da pandemia, mas considera “provável que os impactos negativos sejam substanciais.”

A Escap aconselha que, em seus programas de estímulo econômico, os países em desenvolvimento da Ásia-Pacífico devem aumentar os gastos em saúde em US$ 880 milhões por ano. A pesquisa também pede que seja criado um fundo regional para responder a futuras emergências de saúde.

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