PR moçambicano diz não há como falar de Portugal e Moçambique sem Mario Soares

Da Redação
Com Lusa

Filipe Jacinto Nyusi em discurso na 70ª Assembleia Geral. Foto: ONU/Cia Pak
Filipe Jacinto. Foto: ONU/Cia Pak

O Presidente moçambicano disse ter recebido com “profunda mágoa e consternação” a notícia da morte de Mário Soares e que não é possível falar das relações entre os dois países sem referir a “imponente figura” do antigo estadista português.

“A sua partida deixa um vazio difícil de preencher, porque não há como falar de Portugal e Moçambique sem se referir à sua imponente figura na construção desta amizade, e deste entendimento que hoje perdura, irmanando os dois países”, afirmou Filipe Nyusi, numa mensagem difundida no portal da Presidência moçambicana.

O chefe de Estado recordou Mário Soares, desaparecido hoje, aos 92 anos, em Lisboa, como “um dos que se juntaram ao povo moçambicano no culminar da luta pela independência” e que, através do seu papel na descolonização, “permitiu a proclamação da independência total e completa de Moçambique”.

O Presidente moçambicano disse que Mário Soares fez com que “Moçambique e Portugal tivessem, ainda hoje, estes laços históricos em vários domínios, e cujo futuro está cimentado no mais profundo sentimento de amizade e irmandade”.

O seu contributo coloca-o como “destacável personagem na manutenção das relações entre os dois estados e povos, que guardam a sua memória num nicho de respeito merecido”, prosseguiu o Presidente moçambicano.

“Não há palavras suficientes que possam preencher o vazio deixado por Mário Soares, tanto para o povo português, assim como para o povo moçambicano, restando-nos apenas curvarmo-nos à grande figura de um homem que lutou pelo que sempre acreditou”, declarou ainda Filipe Nyusi.

Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira. Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.

Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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