Governo decretou três dias de luto após morte do ex-presidente Mario Soares

Da Redação
Com Lusa

Mario Soares. Foto: Carlos Botelho
Mario Soares. Foto: Carlos Botelho

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira, pela morte do antigo Presidente da República Mário Soares e funeral com honras de Estado. António Costa comunicou estas decisões do seu executivo na capital da Índia, em Nova Deli, onde realiza até quinta-feira uma visita de Estado.

O antigo Presidente da República Mário Soares morreu hoje aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde se encontrava internado desde o dia 13 de dezembro.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio evocou a memória de Mário Soares, lembrando a “resiliência” do antigo chefe de Estado e dizendo que o momento é de “profundo pesar” para Portugal e para a Europa.

Recordando a “extraordinária capacidade de luta” de Soares ao longo da sua vida, Sampaio – que falava aos jornalistas em Lisboa – elogiou Mário Soares por ter estado sempre na “primeira linha” da defesa do país.

“Foi preso, exilado, nunca perdeu o seu amor por Portugal. Sempre acreditou naquilo que era o interesse de Portugal e no que era estrategicamente vital para a democracia portuguesa”, assinalou.

O diretor clínico do Hospital da Cruz Vermelha, Manuel Pedro Magalhães, informou que o antigo Presidente faleceu às 15:28, na “presença constante” dos seus filhos, Isabel e João Soares. “É com enorme tristeza que o Hospital da Cruz Vermelha anuncia a todos que, na presença constante dos seus filhos João e Isabel, às 15:28 do dia 07 de janeiro de 2017, ocorreu o falecimento do doutor Mário Soares”, disse o diretor clínico do Hospital numa curta declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas.

Falando em nome do estabelecimento de saúde, Manuel Pedro Magalhães agradeceu “a confiança depositada na sua equipa clínica para o tratamento do doutor Mário Soares”. “O nome de Mário Soares, um grande lutador por ideais vários da democracia, ficará para sempre ligado à história do Hospital”, concluiu.

“Em nome da família, na pessoa dos dois filhos, dos netos e da família mais chegada, queria agradecer profundamente ao Hospital da Cruz Vermelha na pessoa do doutor Manuel Pedro Magalhães, a forma como o meu pai foi tratado durante os 26 dias em que aqui esteve. Aliás, tal como tinha acontecido com a nossa mãe que já tinha estado aqui e aqui faleceu há um ano e meio”, afirmou João Soares, aos jornalistas.

Já a filha, Isabel Soares, estendeu os seus agradecimentos a “toda a equipa médica, toda a equipa de enfermagem, aos auxiliares administrativos, toda a gente, do mais pequeno ao mais importante”.

O Presidente da República recordou hoje o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um “lutador da liberdade” e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela “imortalidade do seu legado”.

Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade”, e considerou que esse foi “o penúltimo combate” que travou.

“Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor”, acrescentou.

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