Fosun desiste e venda do Novo Banco pode ser adiada para depois das eleições

Mundo Lusíada
Com agencias

BES_NovoBancoO Banco de Portugal reiterou em 11 de setembro que iniciou negociações com os potenciais compradores que apresentaram propostas vinculativas na fase III do processo de venda do Novo Banco, remetendo para momento oportuno o resultado desse processo negocial que “está a desenvolver”.

A agência Lusa contactou o Banco de Portugal na sequência da notícia divulgada pelo Diário Económico, segundo o qual “a venda do Novo Banco deverá ser adiada para depois das eleições”, tendo em conta que “a oferta final da chinesa Fosun prevê um encaixe líquido de apenas 1,5 mil milhões de euros, metade da fasquia mínima pretendida pelo BdP” [Banco de Portugal].

O jornal diz ainda que “o objetivo será anular o atual processo de venda e relançar um novo concurso, com prazos mais curtos, depois das eleições legislativas de 04 de outubro”.

Segundo a SIC Notícias, o grupo empresarial asiático desistiu de comprar a instituição, depois das negociações com a Anbang também terem falhado. Sendo três as propostas vinculativas que passaram à última fase do processo, com duas desistências do negócio, resta apenas o fundo norte-americano Apollo, segundo a imprensa portuguesa.

Um dos membros da associação que representa os lesados do BES, Ricardo Seabra, declarou à Renascença que não fica surpreendido com a decisão, e admitindo que o impasse vai adiar a resolução dos problemas dos lesados.

“Nós estamos cientes que o banco só será bem vendido quando forem resolver o problema aos seus clientes. Um banco não tem credibilidade, não atrai depósitos, não atrai confiança enquanto um banco retiver as poupanças dos seus clientes, enquanto um banco se servir dessas poupanças para aumentar os rácios para numa tentativa frustrada tentar vender aquilo que vale pouco”, diz.

Investimento
No dia 07, o Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) passou a denominar-se Haitong Bank, segundo a empresa chinesa. O Haitong Bank informou, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que “foi determinado alterar a denominação social de ‘Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.’ para ‘Haitong Bank, S.A.'”.

O Novo Banco concluiu a venda da totalidade do capital da unidade de investimento à sociedade de Hong Kong por 379 milhões de euros, segundo um comunicado publicado no supervisor do mercado de capitais português.

A venda do banco à empresa chinesa foi comunicada à CMVM a 04 de dezembro de 2014, tendo ficado o negócio dependente das necessárias aprovações, nomeadamente junto do Banco de Portugal, da Comissão Europeia, das autoridades da concorrência e de um conjunto de outras autoridades que exercem supervisão direta sobre a entidade compradora.

A 03 de agosto do ano passado, o Banco de Portugal tomou o controle do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado ‘banco mau’ (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco. O BESI, aquando da resolução do BES, transitou para o Novo Banco.

No comunicado enviado à agência Lusa em Pequim, a Haitong descreveu o então BESI como um banco de investimento com “forte rentabilidade e alta eficiência operacional”.

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