A origem do Rap e sua chegada no Brasil

A origem do Rap e sua trajetória até o Brasil é uma história fascinante. Um dos ritmos mais populares e escutados ao redor do mundo, o estilo musical percorreu um longo caminho até atingir esse status. No Brasil, o Rap também é muito apreciado, e, se você já assistiu alguma batalha de MC, sabe que ele também é uma boa forma de aprender português.

Da Jamaica para o Bronx, nasce o Rap

Antes de contar essa história, é preciso entender o significado da palavra Rap: ela é a sigla para Rhythm & Poetry (em português, Ritmo e Poesia). De fato, suas músicas fazem jus ao nome, já que combinam as batidas (beats) com os versos em métrica dos MCs.

Tudo indica que o berço do Rap é o Bronx, um bairro multicultural e periférico em Nova York. Durante a década de 1970, muitos jamaicanos imigraram para a região, fugindo de uma grave crise econômica que assolava o país caribenho. Com eles vinha o costume das block parties que aconteciam na capital Kingston. Essas festas eram realizadas em ruas e galpões, com grandes sistemas de som conduzidos por um DJ e um MC.

Enquanto o DJ “brincava” com os discos, sincronizando e manipulando para criar novas batidas a partir de músicas famosas, o MC subia no palco para animar a multidão e interagir com as pessoas. Esses mesmos MCs aproveitavam espaço para fazer os toasters, discursos e intervenções que denunciavam a violência e a pobreza, além de abordar temas polêmicos como sexo e drogas.

Por muitos anos, o Rap era visto como um movimento exclusivamente periférico, reservado para as camadas mais pobres da sociedade. No entanto, o ritmo chamou a atenção de muitos jovens na década de 1980 e logo se difundiu entre os mais ricos. O próximo passo era se espalhar pelo mundo.

O “pai” do Rap

Considerado pioneiro destes movimentos em Nova York, o DJ jamaicano Kool Herc é considerado por muitos como o “pai do Rap”. Ele foi um dos responsáveis por introduzir a tradição dos sistemas de som na cidade e juntar o canto falado com as músicas que tocavam ao fundo.

O Rap no Brasil

O primeiro registro conhecido do Rap em terras tupiniquins data de 1986, nas periferias da cidade de São Paulo. Com o tempo, os grupos de diferentes bairros passaram a se juntar na Galeria 24 de Maio e na estação São Bento do metrô, onde declamavam suas rimas.

Já em 1986 o Rap era mal visto pela sociedade, especialmente as classes médias e altas, que consideravam um estilo que incitava a violência. Na verdade, assim como acontecia nos Estados Unidos, o Rap brasileiro também abordava a realidade das periferias, que eram repletas de violência, descaso e abandono do Estado. A violência policial, o tráfico de drogas e as péssimas condições de vida nesses bairros logo se tornaram tema da musicalidade do Rap.

Os pioneiros do Rap nacional

A origem do Rap brasileiro tem como marco a coletânea “Hip-Hop Cultura de Rua”, de 1988. O disco, produzido por Nasi e André Jung (integrantes do grupo de rock Ira!), continha músicas de diferentes artistas, mas um grupo se destacava dos demais: Thaíde e DJ Hum. Autores das faixas “Corpo Fechado” e “Homens da Lei”, a dupla é reconhecida como uma das pioneiras do cenário nacional.

No ano seguinte, em 1987, uma nova coletânea seria lançada. Consciência Black Vol. 1 mostrava ao país os primeiros trabalhos do grupo que se tornaria o expoente máximo do Rap nacional, os Racionais Mcs. Composto por Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue e KL Jay, o grupo lançaria seu primeiro trabalho individual em 1990 e seriam responsáveis por propagar o Rap, acabando com a ideia de que era um ritmo segregado às periferias.

“O Rap é compromisso, não é viagem”

De 1986 aos dias atuais, o Rap vem se consolidando cada vez mais como parte da cultura brasileira, se integrando com outros estilos, como samba, funk, maracatu e rock. Muitos grupos e artistas do gênero se tornaram populares no país, e ainda que o Rap normalmente percorra um caminho alternativo às grandes gravadoras do cenário mainstream, ele alcança milhões de pessoas todos os dias.

Assim como acontece nos Estados Unidos desde a origem do Rap, aqui no Brasil o estilo musical também passa por fases e se divide em diferentes estilos. Além disso, há também a divisão por regionalidade, sendo o Rap Paulista e o Rap Carioca os mais difundidos.

Artistas como Baco Exu do Blues e Diomedes Chinaski, no entanto, vêm mostrando que o Rap está no Brasil todo e trazendo o olhar do público e da mídia para artistas nordestinos. O mesmo acontece em outras regiões do país.

O Trap é um dos subgêneros do Rap que vem crescendo nos últimos anos com suas métricas e rimas diferentes das convencionais. Os beats e samples agressivos e o frequente uso de autotune também são características marcantes do movimento.

 

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