Neste dia 15 de novembro a comunidade portuguesa da baixada santista, através de suas entidades representativas, lamentaram mais uma grande perda. Faleceu o empresário Joaquim da Rocha Brites, ex-dirigente da Portuguesa Santista, também ligado ao Centro Cultural Português de Santos, apoiador da Escola Portuguesa e diversas associações da baixada.
HISTÓRIA
Por José Augusto do Rosário (para o Mundo Lusíada)
O Comendador Joaquim da Rocha Brites, nasceu em 12 de janeiro 1922 na Freguesia de Bustos, Concelho de Oliveira do Bairro, Distrito de Aveiro em Portugal, é filho de João Maria da Rocha Brites e de D. Clementina Simões dos Reis. Chegou ao Brasil em 1936, fixando residência em Santos, onde estudou e se formou contador. Trabalhou com seu tio, conhecido proprietário e comerciante português, Adelino da Rocha Brites. É proprietário e homem de empresa de sucesso e renome na cidade de Santos. Participou das várias entidades luso-brasileiras como Elos Clube de Santos, do qual foi um dos fundadores e Vice-Presidente, Associação Atlética Portuguesa, clube que foi grande incentivador e que presidiu por várias vezes, Clube de Regatas Vasco da Gama, onde foi membro do Conselho Deliberativo, Sociedade Portuguesa de Beneficência, onde foi Conselheiro e Diretor financeiro por várias gestões, para além de ser Sócio Benemérito de todas estas instituições, dentre elas a Escola Portuguesa.
No âmbito econômico, favoreceu a instalação de óleoduto da Petrobras que liga a refinaria Presidente Bernardes (Cubatão) ao porto de São Sebastião, que atravessou o Sitio Morrão numa extensão de 5 km, e posteriormente outra faixa no Vale do rio Diana, ambos de sua propriedade, a Petrobras recebeu por escritura de servidão vitalícia as mencionadas áreas gratuitamente. Teve decisiva atuação para a vinda de grandes grupos econômicos para a região, como Cosipa em Cubatão e a Dow Quimica instalada na margem esquerda do estuário. Corroborou para implementação do terminal portuário da Ultrafértil assim como acesso da mesma por rodovia a sua fábrica construída no pé da Serra Velha em Piaçaguera. Recentemente, trouxe para a região mais um empreendimento portuário através de negociação com a Joint Venture formada por Triunfo e ALL onde será construído um porto privado que operará na exportação de minérios e outros produtos. Estas são algumas de suas contribuições ao desenvolvimento econômico da região e do país.
Homem que quando chamado para participar em alguma obra a ser realizada nas entidades, sempre se faz presente, como recentemente solicitado pelo Presidente do Centro Cultural Português, que lhe colocou a sua preocupação quanto a instalação de um elevador que facilitasse o acesso de pessoas idosas ao andar superior, imediatamente se prontificou a resolver o problema, oferecendo o recurso para a compra do elevador. Contribui também com a Escola Portuguesa, dando acesso a educação de qualidade a seus 6 afilhados naquela escola.
A comunidade portuguesa em Santos, preocupada que estava com a vida financeira da mais importante entidade portuguesa na cidade, resolveu criar um livro de ouro para apoiá-la, e temos a segunda página deste livro assinada pelo Sr. Brites, que se prontificou a fazer uma doação substancial.
Este é o Sr. Brites. Presente sempre que solicitado. Citamos aqui alguns exemplos da abnegação deste autêntico lusitano, pois ao longo dos seus 99 anos, este tem sido sempre o seu comportamento com as nossas entidades. Recentemente, percebendo a carência da região na questão da saúde, doou todos os equipamentos para a montagem de um hospital completo na cidade de Peruíbe, ação pela qual recebeu o título de “Cidadão Honorário” daquela cidade de nossa jurisdição.
O Sr. Brites, como carinhosamente o chamamos, é para nós hoje a maior expressão de nossa comunidade, por tudo o que já fez e pelo sentido de proteção e zelo às entidades portuguesas da região.
Dado a estes fatos, o Governo de Portugal o reconheceu, através de uma comenda, pelo trabalho e abnegação deste verdadeiro benemérito da comunidade portuguesa da baixada santista.
Escreveu José Augusto que lamentou a perda de um grande apoiador da Escola Portuguesa.
Que sua alma descanse em paz. era casado com uma familiar (prima) de minha saudosa Mae, D. Deolinda Cardoso Marques Brites, os meus sentimentos para a D. Deolinda e para o filho Pedro e restante familia.