Presidente português teve encontro com Papa Francisco pela manhã

Da Redação com Lusa

No Vaticano, o Presidente de Portugal teve um encontro com o Papa Francisco pela manhã, antes do funeral de Bento XVI, hoje na Cidade do Vaticano, segundo fonte da Presidência.

O encontro de Marcelo Rebelo de Sousa com o Papa Francisco aconteceu no Vaticano, antes do início das cerimônias fúnebres do Papa Bento XVI.

Esta foi a quinta ocasião em que o chefe de Estado português se encontrou com o Papa Francisco. Pelas 11:30, o Presidente português já estava de regresso a Lisboa.

Cerca de 50 mil pessoas assistiram hoje na Praça de São Pedro ao funeral do Papa emérito Bento XVI, presididas pelo Papa Francisco.

Nestas cerimônias, o Estado português foi representado pelo Presidente e pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.

Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

A primeira vez que Marcelo Rebelo de Sousa e o Papa Francisco se encontraram foi em março de 2016, após a posse como Presidente da República, naquela que foi a sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro.

O segundo momento em que Marcelo Rebelo de Sousa esteve com o Papa ocorreu em 2017, durante uma visita de 24 horas de Francisco a Fátima, no âmbito do centenário dos acontecimentos na Cova da Iria, e para canonizar os beatos Francisco e Jacinta Marto.

Já em 26 de janeiro de 2019, o Presidente português conversou com Francisco na missa que o papa presidiu na Cidade do Panamá, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, e na qual Marcelo Rebelo de Sousa participou, concretizando-se o terceiro momento em que os dois chefes de Estado estiveram.

E, em março de 2021, após ser eleito para um segundo mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa voltou ao Vaticano para uma audiência privada com o papa Francisco.

Funeral

O Papa Francisco destacou hoje a “busca apaixonada” de Bento XVI para comunicar o Evangelho e instou a Igreja a “seguir esses passos” ao falar nas cerimônias fúnebres solenes do papa emérito na Praça de São Pedro.

“Também nós, agarrados às últimas palavras do Senhor e ao testemunho que marcou a sua vida, queremos, como comunidade eclesial, seguir as suas pegadas e confiar o nosso irmão nas mãos do Pai: Que estas mãos de misericórdia encontrem a sua lâmpada acesa com o óleo do Evangelho, que difundiu e testemunhou durante a sua vida”, destacou o Pontífice na homilia da Missa que concelebrou em conjunto com 120 cardeais, cerca de 400 bispos e quase 4.000 sacerdotes e dezenas de milhar de fiéis.

Diante do altar estava o caixão de cipreste contendo os restos mortais do Papa alemão, juntamente com alguns objetos pessoais do seu pontificado, e em que as primeiras filas foram ocupadas por aquela que havia sido a sua família nos últimos anos – o seu secretário, Georg Gänswein, e os membros consagrados dos Memores Domini que se dedicaram ao serviço de Bento XVI.

O Papa citou São Gregório Magno, um dos quatro grandes Padres da Igreja latina ou ocidental, e disse que Bento XVI permaneceu “a flutuar na mesa de orações”.

Desta forma, elogiou “a consciência do Pastor” que se abandona à oração: “Ele não pode suportar sozinho o que, na realidade, jamais poderia suportar sozinho e, por isso, é capaz de abandonar-se à oração e ao cuidado das pessoas a ele confiadas”, sublinhou Francisco.

Na homilia, o Papa apenas nomeou o seu predecessor como “nosso irmão” – ao contrário de Bento XVI nas canonizações de João Paulo II e João XXIII -, mas, na frase final da intervenção, acabou por referiu-se diretamente ao nome: “Bento, amigo fiel do Pai [Deus], que seja perfeita a tua alegria quando ouvires a sua voz de forma definitiva e para sempre”.

Pelo contrário, na missa fúnebre de João Paulo II em 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger referiu-se-lhe oito vezes como João Paulo II e pelo nome próprio ‘Karol’.

Francisco destacou que os fiéis, como “as mulheres do Evangelho” diante do túmulo de Jesus, rezam diante de Bento XVI “com o perfume da gratidão e o unguento da esperança para mostrar-lhe, mais uma vez, aquele amor que não se perde”.

“É o povo fiel de Deus que, reunido, acompanha e confia a vida de quem foi o seu pastor”, acrescentou.

Na cerimônia, as leituras do Evangelho foram proferidas em inglês, espanhol e italiano.

Como não se trata de um funeral de Estado, apenas duas delegações oficiais estão presentes: as de Itália e da Alemanha, país natal do falecido, embora também tenham comparecido autoridades de outros países, mas a título pessoal, como o rei Felipe da Bélgica, ou o presidente da Polônia, Andrzej Duda, entre outros.

Não é a primeira vez que um Papa participa do funeral de outro. Em 1802, Pio VII recebeu os restos mortais de Pio VI, falecido no exílio em França em 1799, e assistiu à solene missa fúnebre em São Pedro.

A partir deste sábado não haverá dois Papas a conviver em conjunto no Vaticano, apesar de um deles ser apenas emérito e o outro reinante.

Bento XVI passou os últimos dez anos afastado do mundo, dedicado ao estudo e à oração, mas a sua figura foi instrumentalizada por uma parte da Cúria Romana contra Francisco.

O funeral e a sepultura nas criptas do Vaticano marcam um novo começo para o Papa argentino, que completará dez anos de pontificado em março.

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