Mais de 7 mil ocorrências e 88 desalojados desde a semana passada

Da Redação com Lusa

A Proteção Civil registrou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, 4.841 inundações e 88 desalojados desde a semana passada, quando começou o quadro de instabilidade meteorológica.

Num ponto de situação feito hoje à agência Lusa, com dados desde as 00:00 de dia 07 e até às 08:00 de hoje, José Costa, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse que estiveram envolvidos nas operações 29.651 operacionais e 9.803 meios terrestres.

No total, foram registradas 7.954 ocorrências, a maioria das quais inundações (4.841), seguidas de limpezas de vias (1.017).

O mau tempo que se fez sentir desde a semana passada deixou 88 pessoas desalojadas – “que entretanto podem já ter sido realojadas ou estar em centros de apoio à população” – e provocou ainda 961 quedas de árvores, 573 quedas de estruturas e 527 movimentos de massa (deslizamentos de terras), acrescentou o responsável.

Segundo o oficial de operações, houve ainda 15 salvamentos terrestres e 10 salvamentos aquáticos.

Os distritos mais afetados foram Lisboa, com 4.281 ocorrências, Setúbal (849), Santarém (461), Coimbra (343) e Portalegre (307).

Em declarações à Lusa, José Costa lembrou que hoje não há já avisos para precipitação emitidos, havendo apenas aviso amarelo para agitação marítima no sul do país (Lisboa, Setúbal, Beja e Faro).

O responsável disse ainda que o estado de alerta especial amarelo para as forças e agentes da proteção civil se mantém ativo, pelo menos, até às 23:59 de hoje.

Levantamento

Neste dia 15, a ministra da Presidência reiterou durante uma visita à Baixa de Algés (Oeiras), afetada pelo mau tempo, que o Governo aguarda por um levantamento dos prejuízos até ao final do ano para apoiar os municípios.

“Há um momento para avaliarmos os riscos. Podemos acreditar nos nossos olhos quando vimos as imagens, mas, para atribuir apoios, precisamos de algo mais. Hoje há uma reunião da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e a nossa expectativa é que, conseguindo todos os municípios até ao fim de ano entregar-nos os prejuízos, podemos até ao fim do ano aprovar não só o montante, mas principalmente os instrumentos através dos quais podemos dar esses apoios”, disse Mariana Vieira da Silva.

A ministra realçou que todo o Governo tem estado a trabalhar intensamente.

“Tal como disse ontem [quarta-feira] na visita em Loures, é evidente que tudo o que sejam infraestruturas municipais têm um instrumento: o fundo de emergência municipal que existe precisamente para este tipo de fenômenos e que tem regulamento”, disse Mariana Vieira da Silva aos jornalistas durante uma visita, hoje de manhã, às áreas mais afetadas da Baixa de Algés pela chuva da semana passada e desta terça-feira, na qual esteve acompanhada pelo presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.

A ministra sublinhou que o Governo definiu na sexta-feira passada dois calendários: um até ao final do ano para levantamento dos prejuízos e outro até 15 de janeiro para os municípios que não consigam fazer esse levantamento até fim de 2022.

“O apoio às famílias e comerciantes é o mais prioritário. Temos municípios com prejuízos muito diferenciados, mais localizado em Oeiras do que em Loures, há diferença entre locais mais preparados porque têm mais vezes estes fenómenos do que locais que tiveram pela primeira vez fenômenos desta natureza”, disse.

Mariana Vieira da Silva destacou que a capacidade de limpar as ruas, lojas e habitações afetadas pelas inundações rapidamente diminui o prejuízo e, por isso, é muito importante que as câmaras tenham essa capacidade.

A ministra e o presidente da Câmara de Oeiras percorreram hoje alguns estabelecimentos comerciais, ruas, o túnel de acesso à estação e o estacionamento afetados pelas fortes chuvas, sublinhando no final: “Estamos a trabalhar para ter um processo muito célere. Agora é o momento de trabalhar rapidamente para o apoio”.

Na quarta-feira, durante uma visita ao concelho de Loures, também fortemente afetado pelo mau tempo, a ministra da Presidência defendeu que o Governo não vai hesitar em recorrer a “todos os instrumentos nacionais e europeus que existem” para apoiar os municípios afetados.

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