Lavagem das Escadas na Igreja de Santo António em Lisboa com brasileiros empenhados

Da Redação com Lusa

A Igreja de Santo António, em Lisboa, acolhe este ano pela primeira vez a Lavagem das Escadas, uma tradição baiana em que está empenhada a comunidade brasileira em Portugal, que pretende com o evento promover a paz.

“A lavagem em si é uma manifestação pela paz. O objetivo é agregar todos os valores e comunidades num só objetivo: a paz e a tolerância através de um conjunto de atividades”, disse à agência Lusa a representante em Lisboa da Associação Franco-Brasileira Viva Madeleine, Aline Silva.

Trata-se de uma das maiores manifestações populares da Bahia, no Brasil, cuja celebração se repete todos os anos desde 1745, no mês de janeiro, reunindo milhares de pessoas no Largo do Bonfim, em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada.

É uma festa é marcada pela lavagem da escadaria e do adro da igreja por baianas vestidas a rigor, ao ritmo de sons e cânticos. O ritual tem origem nos preparativos para a Festa do Senhor do Bonfim, realizados pelos escravos que lavavam e ornamentavam a Igreja, conforme informação da Associação Franco-Brasileira Viva Madeleine.

Segundo Aline Silva, têm sido as comunidades brasileiras espalhadas pelo mundo as responsáveis pela difusão deste evento, que em Paris já se realiza há 20 anos.

Coube agora a Lisboa acolher o festival, que arranca hoje com uma conferência sobre a “Lavagem de Santo António – Manifestação pela Paz”, que decorrerá no Museu de Lisboa – Santo António.

O ponto alto do festival é precisamente a Lavagem de Santo António, na Igreja de Santo António, em Lisboa, um ato simbólico da lavagem das escadarias da igreja, marcada para sábado.

Aline Silva, uma brasileira que viveu em Paris e reside atualmente em Lisboa, sublinha a importância da iniciativa, nomeadamente porque Portugal conta com uma importante comunidade brasileira.

O facto de se realizar no ano em que se assinala o bicentenário da independência do Brasil foi, segundo Aline Silva, uma feliz coincidência.

Todas as iniciativas pretendem traduzir-se numa “manifestação da paz”, na qual não faltarão os seus símbolos, como os trajes brancos.

Apesar de esta tradição cultural ter origens em Portugal, Aline Silva acredita que vai ser uma “redescoberta” para os portugueses.

“São tradições que partiram daqui mesmo [Portugal], do que já foi levado, uma redescoberta”, indicou.

Nesta iniciativa está envolvido o Museu de Lisboa – Santo António, que se junta à Associação Franco-Brasileira Viva Madeleine.

Além da conferência que se realiza na quarta-feira, realiza-se um dia depois uma missa em agradecimento a Santo António de Lisboa, acompanhada pelo coro do festival Cultural da Lavagem, na Igreja de Santo António.

Para sábado está marcada uma manifestação pela paz com desfile entre a Rua do Terreiro do Trigo até à Igreja de Santo António, com a participação da Ala das Baianas, da Ala dos Capoeiristas, da Escola de Samba da Margem Sul e dos grupos Batalá, Maracatu Baque do Tejo, Maracatu Baque de Mulher e Oxalá.

No mesmo dia realiza-se a lavagem simbólica da escadaria da Igreja de Santo António.

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