Israel: Governo informa que quatro lusodescendentes morreram e quatro estão desaparecidos

Mundo Lusíada com Lusa

O primeiro-ministro informou hoje que quatro cidadãos lusodescendentes morreram em Israel e quatro estão desaparecidos, presumindo-se que estejam reféns, e indicou que o Governo está a procurar repatriar dois portugueses que estão em Gaza, assim como os seus familiares.

“Neste momento, temos identificados quatro lusodescendentes que faleceram em Israel. Temos quatro lusodescendentes desaparecidos, presumimos que sejam neste momento reféns”, indicou António Costa no debate parlamentar preparatório sobre a reunião da próxima semana do Conselho Europeu.

O chefe do executivo informou ainda que há dois cidadãos nacionais na Faixa de Gaza, “três familiares desses cidadãos nacionais e mais três familiares de palestinianos que residem em Portugal”, estando o Governo a “procurar uma operação de repatriamento de forma a que possam retomar as suas vidas em segurança em Portugal”.

Antes, durante o debate, em resposta ao PCP, António Costa defendeu que o Hamas tem o dever de “incondicionalmente libertar todos os reféns que tem em seu poder”.

O grupo islamita Hamas lançou no passado dia 07 um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Além de ter matado centenas de pessoas em Israel, o Hamas raptou mais de uma centena de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, território que controla desde 2006.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

Presidente

O Presidente de Portugal declarou-se hoje chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas.

“Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica.

O chefe de Estado defendeu que “este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo” e que “isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria”.

Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever.

“Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua atuação em diversas situações no mundo”.

O presidente da Assembleia da República condenou o ataque, lamentando a existência de “muitas centenas de vítimas inocentes”, e expressou a sua solidariedade com a população civil do enclave.

“São muitas centenas as vítimas inocentes do ataque ao hospital em Gaza. Condeno o ataque e os seus responsáveis, e exprimo solidariedade com as vítimas, as suas famílias e, em geral, com a população civil da Faixa de Gaza”, escreveu o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Antes, no parlamento, o primeiro-ministro português defendeu que será importante haver uma “investigação independente para que não haja dúvidas sobre quem efetivamente disparou o míssil” sobre um hospital na Faixa de Gaza, e pediu a Israel que pare o ataque ao enclave.

António Costa reconheceu que, além das condenações, é importante que “haja o apoio a todas as propostas apresentadas pelo secretário-geral das Nações Unidas”, António Guterres.

É importante que haja “efetivamente um cessar-fogo, um corredor humanitário, que haja investigações independentes para que não haja dúvidas de quem efetivamente disparou o míssil sobre o hospital e, sobretudo, travar esta escalada. Isso é o mais urgente”, declarou.

António Costa defendeu que isso abrirá “portas para a diplomacia, o diálogo político e a estabilização da região” e sustentou que “uma paz justa e duradoura na região” deve passar pelo reconhecimento de dois Estados.

Na Bélgica, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, considerou que a “informação de que poderá ter sido um míssil da Jihad Islâmica” a provocar a explosão de terça-feira num hospital de Gaza “parece ser uma ideia bastante consolidada”.

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