Inverno começa em Portugal com chuva fraca e temperaturas que chegam aos 19 graus

Mundo Lusíada com Lusa

O inverno começa neste dia 21 em Portugal com previsões de muita nebulosidade, alguns períodos de chuva fraca ou chuvisco e temperaturas máximas entre os 16 e os 19/20 graus Celsius, segundo a meteorologista Maria João Frada.

Em declarações à agência Lusa, a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), especificou que a previsão é de muita nebulosidade, neblinas e nevoeiros, alguns períodos de chuva fraca ou chuvisco, em especial nas regiões do Norte e Centro e em particular nas regiões a Norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

“As temperaturas estão elevadas quer as mínimas, quer as máximas. Estão acima da média para época do ano embora tudo isto seja compatível com a entrada de massas tropicais com origem marítima vindas do Atlântico que têm trazido precipitação e também temperaturas acima da média”, disse.

As temperaturas máximas, segundo Maria João Frada, vão oscilar entre os 16 e os 19/20 graus Celsius, sendo mais baixas no interior Norte e Centro entre os 13 e os 15 graus, e as mínimas entre os 12 e os 15 graus, sendo inferiores no nordeste transmontano e Beira Alta, a variar entre os 09 e os 11 graus.

“Este cenário vai continuar nos próximos dias. As temperaturas deverão manter-se nesta ordem de grandeza para o fim de semana de Natal, sem grandes alterações. Poderá haver uma ligeira descida, mas pouco significativa”, indicou.

De acordo com Maria João Frada, a partir do dia 23, sexta-feira de manhã, aproxima-se uma superfície frontal fria que vai dar chuva no Minho e Douro Litoral e vai estender-se a todas as regiões do Norte e Centro.

“Depois no sábado e domingo, principalmente no final de sábado pode haver precipitação que pode ser temporariamente intensa, mas ainda falta algum tempo, ainda há alguma incerteza. É um cenário ainda a confirmar, mas pode levar o IPMA a emitir avisos”, disse.

Segundo a meteorologista, na origem do agravamento poderá estar uma depressão que vai deslocar-se no Atlântico de norte para sul.

“Portanto vamos ter nebulosidade, alguma precipitação fraca até 23 de manhã [sexta-feira], que na região sul será pouco frequente, e depois o agravamento com a vinda de uma depressão que se vai deslocar no Atlântico de norte para sul e ficar posicionada num vale nos níveis altos. Tudo vai depender se ele se aproxima mais do território ou se há uma crise anticiclónica que não deixa o vale entrar. Há essa incerteza para o fim de semana”, explicou.

Maria João Frada adiantou ainda que o IPMA também está a prever para o arquipélago da Madeira uma situação “pacífica” até sábado e depois poderá haver um agravamento.

“No dia 24 há uma superfície frontal fria que se vai aproximar e a noite de 24 para 25 pode vir a ser problemática com chuva eventualmente forte e vento forte, mas também ainda a confirmar”, concluiu.

Mau tempo

As chuvas permanecem em alguns locais de Portugal, depois de grandes estragos nas últimas semanas. Na  semana passada, o presidente da Câmara de Lisboa, que governa sem maioria absoluta, anunciou que pretende criar um fundo de, pelo menos, três milhões de euros para apoiar os comerciantes e particulares que sofreram prejuízos com o mau tempo.

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou ontem, por unanimidade, a proposta da câmara para a disponibilização de 740 mil euros para apoiar o comércio local afetado pelas recentes intempéries na capital. A dotação é de 740 mil euros, mas pode ser reforçada por deliberação da Câmara Municipal de Lisboa, estando previsto que o apoio vigore “até 31 de janeiro de 2023, ou até a respetiva dotação se esgotar, consoante o que ocorrer primeiro”.

Segundo a proposta, “o apoio traduz-se na atribuição de comparticipação financeira de 20% do valor da reparação, aquisição de equipamentos, reposição de ‘stocks’ danificados ou das obras necessárias (sem IVA incluído) até ao limite máximo de 10.000 euros por candidato”.

Ainda, a chuva intensa que caiu neste dia 20 no distrito de Portalegre provocou 30 inundações, em vias públicas e habitações, tendo deixado quatro pessoas desalojadas em Ponte de Sor. A fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre indicou à agência Lusa que desalojadas se referem a uma mulher e três filhos, dois dos quais menores.

Há precisamente uma semana, Portalegre foi um dos distritos mais afetados pelo mau tempo que atingiu Portugal e que provocou inundações, desalojados, cortes de estradas, entre outros prejuízos pelo país.

E nesta terça-feira, oito distritos de Portugal continental estiveram sob aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro, devido à chuva forte e persistente, segundo o IPMA.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registrou até a manhã de ontem 40 ocorrências em Portugal continental devido ao mau tempo, sobretudo quedas de árvores e pequenas inundações.

Lisboa, Setúbal, Santarém, Coimbra e Portalegre foram os distritos mais afetados pelo mau tempo que atingiu Portugal, na semana passada, sendo que, na região alentejana, Campo Maior foi dos concelhos mais atingidos, onde 20 pessoas, de sete famílias, ficaram desalojadas e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto.

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