Brasil na COP27: Luta contra aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza

Da Redação com agencias

Em discurso hoje durante a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) COP27, no Egito, o presidente eleito do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, defendeu que a luta contra o aquecimento global faz parte da luta contra a pobreza.

“A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo”, afirmou Lula da Silva.

O futuro Presidente brasileiro também lembrou que não existem dois planetas Terra, todas as pessoas fazem parte da humanidade: “não haverá futuro enquanto continuarmos escavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres.”

Lula da Silva é um dos convidados mais aguardados na COP27, porque o Brasil detém grande parte da maior floresta tropical do planeta, a Amazônia, e esteve acompanhado de uma delegação que inclui a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Lendo um discurso escrito, o líder brasileiro frisou que o convite que lhe foi enviado antes de tomar posse indica “que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente das discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam.”

“Vivemos um momento de crises múltiplas – crescentes tensões geopolíticas, À volta do risco da guerra nuclear, crise de abastecimento de alimentos e energia, erosão da biodiversidade, aumento intolerável das desigualdades (…) Precisamos de mais liderança para reverter a escalada do aquecimento. Os acordos já finalizados têm que sair do papel”, salientou.

Lembrando indicadores obtidos nos seus dois primeiros Governos (2003 e 2010), Lula da Silva disse que o Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desflorestamento e o aquecimento global porque, entre 2004 e 2012, reduziu a taxa de devastação da Amazônia em 83% enquanto o Produto Interno Bruto gerado pelo setor agropecuário do país cresceu 75%.

“Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um Governo desastroso em todos os sentidos”, disse citando desemprego, desigualdades, mortes na pandemia e desrespeito aos direitos humanos no Brasil, e política externa que isolou o país do resto do mundo. “Quero dizer que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo”, concluiu.

Governo brasileiro

Já o governo federal lançou na terça-feira na COP27, a Agenda Brasil + Sustentável. O documento apresenta medidas adotadas nos últimos quatro anos que estariam alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), um apelo global para acabar com a pobreza e proteger o meio ambiente. Ao todo, foram listados mais de 800 ações.

Segundo o governo, a produção da Agenda Brasil + Sustentável se deu de forma colaborativa e mobilizou a participação de todos o ministérios. O documento, com 80 páginas, cita contribuições de iniciativas variadas como o Auxílio Brasil, o Plano Safra, o Marco Legal do Saneamento e a Operação Acolhida, entre outros.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, é o chefe da delegação brasileira. Em discurso proferido dia 15, ele também apresentou programas e políticas públicas implementadas pelo país nos últimos anos. “Desde 2019, trabalhamos junto com o setor privado para encontrar soluções climáticas e ambientais lucrativas para as empresas, as pessoas e a natureza. Invertemos a lógica dos governos anteriores que só agiam para multar, reduzir e culpar. Este governo faz políticas para incentivar, inovar e empreender, criando assim marcos legais para uma robusta economia verde com geração de emprego e renda para todos os brasileiros”, disse o ministro.

Leite reconheceu que o país tem desafios para enfrentar, como o desmatamento ilegal na Amazônia, os 100 milhões de brasileiros sem acesso a redes de esgoto e os mais de 2,6 mil lixões a céu aberto.

A conferência, que este ano está sendo realizada no Egito, ocorre anualmente desde 1995 e foi criada a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima pactuada três anos anos. O evento reúne todos os países signatários da convenção. Durante duas semanas, representantes dos signatários da convenção avaliam as mudanças climáticas no planeta e discutem mecanismos para lidar com a situação. Entram na pauta diversos temas relevantes, como geração de energia limpa, mercado de carbono e agricultura sustentável.

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