Mundo Lusíada
Com agencias
A situação da Guiné-Bissau é uma das questões que acompanhou o ministro brasileiro das Relações Exteriores na visita que efetuou até terça-feira ao continente africano.
Em conversa com a Rádio ONU, em Nova Iorque, o embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Antonio Patriota, disse a crise guineense continua a ser seguida pelo seu país, que lidera a Configuração Guiné-Bissau da Comissão da Constituição da Paz das Nações Unidas.
“Continuaremos acompanhando de perto. O ministro Mauro Vieira das Relações Exteriores do Brasil estará na região, inclusive Senegal e Cabo Verde, e terá a oportunidade também de avaliar, tomar um pouco a temperatura da situação sob a perspectiva de atores significativos regionais nesta questão”.
O périplo do chefe da diplomacia brasileira inclui também a República Democrática do Congo e os Camarões, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Antes, o representante brasileiro na ONU disse que tanto os países da estratégia para a Guiné-Bissau como o Conselho de Segurança demonstram um grau “relativamente elevado de preocupação” com a situação no país africano.
Numa reunião do órgão na sexta-feira, Patriota falou ainda sobre a “necessidade de se examinar a questão da delineação das competências entre a função do presidente e a função do primeiro-ministro”. Ele afirmou ainda que “eventualmente a Comunidade de Países de Língua Portuguesa poderá prestar alguma assessoria” num processo, se for o caso, “conduzido obviamente pelos próprios bissau-guineenses.”
O embaixador do Brasil junto à ONU lidera a Configuração para a Guiné-Bissau da Comissão das Nações Unidas para a Consolidação da Paz. A tensão na Guiné Bissau culminou com a demissão do ex-chefe do governo do país lusófono. Em agosto, o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira foi demitido pelo presidente José Mário Vaz.
Também o representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau disse que encontrou uma “grande compreensão” da comunidade internacional pelo momento difícil que o país enfrenta.
Miguel Trovoada disse ao Conselho de Segurança que os militares guineenses garantiram que vão se manter à margem da crise política.
Sobre a tensão, Trovoada disse que a mensagem que levou ao mundo é que “existe uma crise mas não há violência e distúrbios” na Guiné-Bissau. O antigo chefe de Estado de São Tomé e Príncipe afirmou que a crise paralisa projetos econômicos e sociais.
De Nova Iorque, Trovoada segue para na sede do Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, em Lisboa. O bloco vai mandar uma delegação para um contato com as autoridades guineenses.
Visitas
O Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, realizou visita a República Democrática do Congo, Cameroun, Cabo Verde e Senegal, no período de 28 de agosto a 2 de setembro. Na terceira etapa de sua segunda viagem à África, o Ministro Mauro Vieira cumpriu extensa agenda em Cabo Verde.
A visita iniciou-se por uma reunião com Jorge Tolentino, Chanceler cabo-verdiano. Ao lado de outras autoridades brasileiras e locais, o Ministro Mauro Vieira participou da III Reunião do Mecanismo de Consultas Políticas Brasil-Cabo Verde. Após os encontros, o Chanceler brasileiro elogiou a disposição das autoridades de Cabo Verde em incrementar o número de voos entre ambos os países, e demonstrou satisfação com a reafirmação do apoio cabo-verdiano ao pleito brasileiro por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
A agenda do Chanceler do Brasil incluiu ainda visita ao Centro Cultural Brasil-Cabo Verde, onde participou, ao lado do Ministro da Educação local, de cerimônia de doação de livros ao Centro e à Universidade de Cabo Verde.
Ainda, o Ministro Mauro Vieira foi recebido pelo Presidente Jorge Carlos Fonseca, pelo Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves e pelo Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso Ramos. O Chanceler Mauro Vieira participou, ainda, na Embaixada do Brasil, de comemorações alusivas ao 7 de setembro, e da condecoração póstuma do poeta cabo-verdiano Corsino Fontes.