Agências de viagens avisam que não apoiar TAP é regredir 10 anos no turismo

Da Redação com Lusa

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT) defendeu, em Aveiro, que o país deve apoiar a TAP, sugerindo que se avalie o que fica mais caro, auxiliar a companhia ou regredir 10 anos no setor.

“Precisamos de união e sentido de estratégia, também porque teremos de nos preocupar com a defesa do ‘hub’ aéreo em Lisboa, e isso não parece possível sem a manutenção de uma TAP com dimensão”, disse Pedro Costa Ferreira no 46.º Congresso Nacional da APAVT, que começou dia 01 em Aveiro.

O responsável lembrou que hoje se assiste a um país dividido “entre quem sustenta o apoio estatal à TAP e quem o combate”, acrescentando que a associação não se revê “nesta simplicidade” de análise.

“Desde logo, porque o principal desafio do turismo português é o desenvolvimento dos mercados longínquos, que nos trarão mais território turístico e menos sazonalidade. Não cremos que tenhamos êxito nesta tarefa, se não mantivermos o ‘hub’, bem como não acreditamos que consigamos manter o ‘hub”, se não for através da TAP”, sustentou.

“Por outras palavras, o que é mais caro? Apoiar a TAP, ou regredir dez anos no setor turístico, com todas as implicações para a economia nacional? Mas dizer isto, e com isto acreditar que, enquanto país, devemos apoiar a TAP, não é isentá-la da necessidade de gestão rigorosa e resultados positivos, procurando que o apoio seja o menor possível, pelo menor período de tempo possível”, reforçou Pedro Costa Ferreira.

O presidente da APAVT estendeu a preocupação à SATA.

“O papel que esta companhia aérea representa nos Açores dificilmente permitirá, em nosso entender, sermos levianos ou termos um olhar político de curto prazo quanto à necessidade de resolução dos problemas que tenta agora resolver, através de uma estratégia reformadora”, disse.

“Sim, o país vai precisar das suas companhias aéreas. Contem connosco para construir equipa”, disse, dirigindo-se aos representantes das companhias aéreas presentes no congresso.

O 46.º Congresso Nacional da APAVT decorre até sexta-feira em Aveiro, sob o mote “Reencontro” e conta com mais de 730 pessoas ligadas ao setor, tornando-o o maior de sempre.

“Estamos a falar de 738 congressistas, o maior congresso da APAVT desde que há registos”, disse Pedro Costa Ferreira à Lusa, acrescentando que, desta forma, a reunião deste ano vai-se “reafirmar como ‘o’ congresso do turismo português”.

O Presidente da República disse hoje, também em Aveiro, que uma das virtudes das eleições é a possibilidade de clarificação de alguns assuntos e que é isso que espera que os candidatos eleitorais façam, nomeadamente, sobre o futuro da TAP e do novo aeroporto.

“Sou daqueles que pensam que sonhar com um ‘hub’ forte em Portugal implica apostar na reforma d TAP e significa a viabilização e que não há alternativa. Não há alternativa mirífica de esperar que venha ao mercado – à saída da crise pandêmica -, do céu, de uma galáxia diferente, de outros países, salvar uma situação que decorreria da extinção da TAP – com o que quer que fosse a extinção – substituindo o seu papel em aspetos fundamentais em termos internos e de ligação externa num país de diáspora. Isso é esperar o impossível”, sublinhou o Chefe de Estado.

Para Marcelo Rebelo de Sousa “há parcerias que se fazem e que se podem fazer”, mas essas parcerias supõem que haja um parceiro português e “esse parceiro português nacional chama-se TAP”.

O Governo português espera que a Comissão Europeia aprove o plano de reestruturação da TAP ainda este ano.

Candidatos

Também o Presidente português disse, em Aveiro, que uma das virtudes das eleições é a possibilidade de clarificação de alguns assuntos e que é isso que espera que os candidatos eleitorais façam, nomeadamente, sobre o futuro da TAP e do novo aeroporto.

“Um aspecto positivo de haver eleições é o de esperar que da parte daqueles que concorrem a eleições clarifiquem estas matérias”, disse Marcelo Rebelo de Sousa na abertura do Congresso.

“Não há nada como clarificar antes do início da legislatura para não haver surpresas durante a legislatura. Clarificar em primeiro lugar como é importante haver uma decisão sobre o aeroporto, para não haver os ‘avança e recua’ de acordo com questões conjunturais meramente táticas. O país não suporta esse taticismo. Tome-se uma decisão e tome-se em 2022. Já vos disse que gostaria de ver o resultado dessa decisão antes do fim do meu segundo mandato, mas para isso é preciso tomar a decisão”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os congressistas.

Sobre a TAP, o Presidente da República disse também ser “muito importante que nas próximas eleições os candidatos clarifiquem a sua posição” para que não “haja angústias metafísicas” no decurso da legislatura.

“Sou daqueles que pensam que sonhar com um ‘hub’ forte em Portugal implica apostar na reforma da TAP e significa a viabilização e que não há alternativa. Não há alternativa mirífica de esperar que venha ao mercado – à saída da crise pandémica –, do céu, de uma galáxia diferente, de outros países, salvar uma situação que decorreria da extinção da TAP – com o que quer que fosse a extinção –, substituindo o seu papel em aspetos fundamentais em termos internos e de ligação externa num país de diáspora. Isso é esperar o impossível”, sublinhou o Chefe de Estado.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “há parcerias que se fazem e que se podem fazer”, mas essas parcerias supõem que haja um parceiro português e “esse parceiro português nacional chama-se TAP”.

E, assim sendo, insistiu o Presidente, “é bom que aqueles que se propõem governar o país digam o que pensam sobre o futuro da TAP”, como também, acrescenta, “parece muito justa a questão levantada [pelo presidente da APAVT] do papel da SATA no que respeita à Região Autónoma dos Açores e, portanto, de Portugal”.

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