PS promete repor salários e PSD diz que propostas reconhecem que “o país está melhor”

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA
Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, declarou que as promessas do PS são o reconhecimento de que o país está hoje em condições de remover a austeridade a que o último governo socialista obrigou.

“O Partido Socialista reconhece que há hoje condições para que a economia possa gerar um dinamismo que tenha mais receita, menos desemprego e, por via disso, condições para remover a austeridade que desde 2010, com o último governo do partido socialista, tivemos de ter em Portugal”, disse, em conferência de imprensa na sede do PSD em Aveiro.

O presidente da bancada parlamentar do PSD e cabeça de lista por Aveiro da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) comentou assim a anunciada reposição dos salários da função pública, por parte do PS, regozijando-se por “o PS entender que o país tem hoje uma economia suficientemente pujante e uma diminuição do desemprego consistente”, para o poder fazer.

“Nós somos mais prudentes e o nosso plano é conhecido: estamos já em 2015 a devolver aos funcionários públicos parte da redução salarial que desde 2010 esteve em vigor, com o governo de Sócrates, e tencionamos repor no prazo de mais três anos”.

Montenegro desafiou o PS a clarificar a sua proposta para a sustentabilidade da Segurança Social, em que considerou haver “uma confusão enorme” do lado socialista, “sendo muito difícil saber quem é, afinal, o porta-voz”.

“No partido socialista toda a gente dá palpites sobre as propostas da segurança social, mas ninguém consegue determinar com conta, peso e medida, o alcance das propostas, o que é mau para o esclarecimento dos portugueses”, criticou.

A propósito da utilização das verbas do fundo de estabilização da segurança social, o cabeça de lista da coligação referiu que primeiro veio o deputado Pedro Nuno Santos “dizer que essas verbas deviam ser utilizadas para aquisição de imóveis devolutos”, depois António Costa adiantar que uma parte, cerca de 10 por cento desse fundo [1400 milhões de euros] deviam ser alocados a reabilitação urbana e agora o deputado João Galamba que “nem é uma coisa nem outra, porque o que está em causa é fazer obras de beneficiação dos imóveis já propriedade da Segurança Social”.

Segundo Luís Montenegro, a confusão socialista começou “com os avanços e recuos” na proposta de diminuição da taxa social única, “sem nunca explicar o valor”, em termos de perda de receita da segurança social. O líder socialista “veio depois com a proposta nova de aproveitar as receitas das portagens” para financiar o sistema de Segurança Social, quando “as portagens são deficitárias, mesmo para o financiamento da rede viária”.

“Já tínhamos a certeza de que o Partido Socialista não iria estar disponível para termos uma convergência de posições em matéria de Segurança Social. Agora sabemos algo um pouco pior: é que há um grande zig zag nas propostas do partido socialista, demonstrativas de que não sabe bem o que quer”, concluiu.

Repor salários
O secretário-geral do PS, António Costa, prometeu este domingo repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos em 2016 e 2017, garantindo também para a classe a reposição imediata das 35 horas de trabalho semanais, caso seja eleito.

“Os nossos compromissos são feitos na medida daquilo que sabemos serem as nossas capacidades. Por isso, dizemos: vamos repor na íntegra o vencimento dos funcionários públicos”, alegou.

Costa esclareceu que a reposição na íntegra dos vencimentos dos funcionários públicos não será feita de imediato. “Vamos fazê-lo em 2016 e 2017, porque só então o poderemos fazer. O nosso compromisso é com conta, peso e medida para poder ser cumprido”, acrescentou.

O líder socialista deixou também a promessa de repor, de imediato, aos funcionários públicos o horário das 35 horas semanais. “Nós dizemos sim, nós reporemos de imediato o horário das 35 horas porque também fizemos as contas e sabemos que podemos repor de imediato as 35 horas na função pública”, assegurou.

Ao longo do seu discurso, António Costa defendeu que para se fazer política “é necessário ter as contas certas”. “Este programa do PS não é só um programa de compromissos escritos: é também um programa de contas certas. Cada uma destas medidas foi avaliada no seu custo e no seu benefício”, realçou. No seu entender, não vale a pena prometer agora o que não forem capazes de cumprir caso venham a ser eleitos.

“Quem confiou no atual primeiro-ministro e o ouviu prometer que não aumentava os impostos que aumentou, que não cortava as pensões que cortou, como pode voltar a confiar nele nas próximas eleições?”, concluiu.

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