Presidente surpreende Jorge Sampaio com condecoração por apoio aos refugiados

Marcelo Rebelo de Sousa abraça o antigo Presidente Jorge Sampaio (E), após condecorá-lo com o Grande-Colar Ordem do Infante D. Henrique, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, 5 de abril de 2018. JOÃO RELVAS/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Nesta quinta-feira, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, surpreendeu o antigo Presidente da República Jorge Sampaio ao condecorá-lo com o Grande-Colar Ordem do Infante D. Henrique pela sua iniciativa de apoio aos estudos de jovens refugiados.

Marcelo Rebelo de Sousa atribuiu a condecoração no encerramento de uma conferência internacional sobre ensino superior em situações de emergência, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, ocasião em que também condecorou oito personalidades e institutos estrangeiros.

A lista de condecorações não foi oficialmente divulgada, mas o Presidente da República disse aos jornalistas que, como Jorge Sampaio já tinha o Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada e o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, quis distingui-lo agora com a Ordem do Infante D. Henrique, “que significa a projeção universal de uma causa e de um esforço em que ele se empenhou brilhantemente”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o antigo Presidente “remou contra a maré por uma causa fundamental” através de “uma iniciativa solitária”, quando fundou a Plataforma Global de Assistência Acadêmica de Emergência a Estudantes Sírios, em 2013, que depois teve “o apoio dos sucessivos governos portugueses e de muitas instituições, portuguesas e estrangeiras”.

Jorge Sampaio, por sua vez, confessou que foi surpreendido e declarou estar “muito contente” com o gesto do chefe de Estado. “Eu não ligo muito a estas coisas, mas, realmente, foi uma grande honra que ele me deu”, acrescentou.

Ainda sobre a plataforma fundada pelo antigo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “começou por ser a causa dos refugiados sírios, depois passou a ser uma causa mais ampla, com refugiados de outras zonas próximas, egípcios, iraquianos, líbios”.

“Infelizmente, as guerras estão para durar e as migrações e os refugiados são uma causa a que se não pode fugir. Ele percebeu isso e lutou por isso com prestígio internacional, primeiro bastante só, e agora muito acompanhado”, enalteceu, defendendo que “merecia esta condecoração por esse esforço que prestigia Portugal”.

A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir “quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores”.

O Grande-Colar é o mais alto grau desta ordem e “é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros”, podendo também “ser concedido pelo Presidente da República a antigos Chefes de Estado e a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção”.

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