Portugal mais rápido a tomar medidas contra Covid-19 que Itália, Espanha e Reino Unido, diz estudo

Da Redação
Com Lusa

Portugal foi mais rápido a tomar medidas de combate à covid-19 do que Espanha, Itália e Reino Unido, indica um estudo comparativo divulgado nesta sexta-feira, no qual se alerta que esta situação não permite traçar um cenário ou inferir resultados.

A análise dos momentos das políticas públicas de saúde no combate à pandemia foi feita pelos autores do Barômetro Covid-19, uma parceria Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)/Expresso.

O barômetro é um projeto de investigação que acompanha a evolução da pandemia em Portugal e cujos primeiros resultados foram divulgados neste dia 27.

Comparando com Itália, Espanha e Reino Unido, Portugal tomou medidas mais cedo, considerando o número de infectados, o número de mortos e os dias decorridos desde a existência de 50 casos.

Concretizando, Portugal suspendeu eventos desportivos e culturais dois dias após ter 50 pessoas infectadas, a Espanha e o Reino Unido 13 dias depois e a Itália 16 dias depois. Os três países já contabilizavam mortos e Portugal não (a Itália já tinha 366).

Em Portugal as escolas fecharam quatro dias após os primeiros 50 casos de covid-19. Em Espanha passaram 12 dias, em Itália 16 e no Reino Unido 18, onde hoje foi confirmado positivo para o primeiro-ministro.

As restrições em transportes foram em Portugal ao fim de sete dias dos primeiros 50 casos de infeção, também um pouco antes do que os outros três países, e a quer a suspensão de serviços não essenciais e distanciamento social aconteceram passados 12 dias das primeiras 50 infeções, também mais cedo do nos três países em análise.

A suspensão de serviços não essenciais aconteceu em Portugal quando se registravam 14 mortes mas em Itália a medida só foi tomada quando o número de óbitos era de 1.016. Quando as escolas fecharam Portugal não tinha ainda mortes por covid-19 a assinalar mas a Espanha já tinha 84, o Reino Unido 233 e a Itália 366.

A comparação das medidas é uma forma de aprendizagem relevante, dizem os autores do estudo, frisando que houve uma “certa heterogeneidade” na tomada de decisões e que a resposta ao vírus foi gradual e não radical.

E depois, alertam também, a causa-efeito das medidas pode ser influenciada por questões como a eficácia. “Da mesma forma, visto que o intervalo de tempo entre a implementação de cada medida é inferior a 15 dias será difícil avaliar o seu efeito individual na redução da curva epidemiológica”, diz-se também no documento.

No documento conclui-se, citando “estudos recentes”, que de uma forma geral as medidas de saúde pública têm impacto no controlo da pandemia, que qualquer medida mesmo isolada é importante, e que “só através de um conjunto combinado de medidas se poderá conter a propagação do vírus”.

Portugal regista nesta sexta-feira 76 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que na quinta-feira, e o número de infectados subiu para 4.268, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

O relatório da situação epidemiológica em Portugal, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortes (33), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (24), da região Centro (18) e do Algarve (1). Relativamente a quinta-feira, em que se registaram 60 mortes, hoje observou-se um aumento de 26,6%.

De acordo com os mesmos dados, há 4.268 casos confirmados, mais 724 (um aumento de 20,4%) face a quinta-feira.

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