MNE justifica condecoração ucrâniana com convicção portuguesa no apoio a Kiev

Da Redação com Lusa

O ministro português dos Negócios Estrangeiros justificou hoje a condecoração que lhe foi atribuída pelo Presidente ucraniano com a “fortíssima convicção da opinião pública portuguesa” que suporta o “constante apoio” de Portugal à Ucrânia contra a invasão russa.

“Significa exatamente o reconhecimento de Portugal, significa um reconhecimento ao constante apoio que o Governo português tem dado e o Governo português tem dado esse constante apoio porque se sente muitíssimo respaldado naquilo que é a opinião pública portuguesa”, disse hoje à Lusa João Gomes Cravinho, que foi distinguido pelo Presidente Volodymyr Zelensky com a condecoração com a ‘Ordem de Jaroslav o Sábio’.

“Há na opinião pública portuguesa uma fortíssima convicção de que precisamos de dar à Ucrânia todo o apoio que for necessário para levar de vencida este enorme desafio causado pela invasão da Rússia”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa, que falava à margem do Seminário Diplomático, que terminou hoje em Lisboa.

Gomes Cravinho referiu ainda que “é precisamente devido à firmeza e à determinação da posição portuguesa, ancorada no espírito da população, que o Presidente Zelensky decidiu atribuir a condecoração”.

Segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgada hoje, que cita o decreto presidencial, já publicado, a condecoração com a ‘Ordem de Jaroslav o Sábio’ é atribuída “por uma contribuição pessoal significativa para o reforço da cooperação interestatal, o apoio à soberania estatal e à integridade territorial da Ucrânia e a promoção do Estado ucraniano no mundo”.

O ministro português transmitiu ao homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, que encara esta distinção “como uma generosa homenagem ao povo português, que está ao lado da Ucrânia, ontem, hoje e amanhã”.

João Gomes Cravinho fez ainda votos de que 2024 “seja o ano em que a Ucrânia esteja completamente livre das brutais e ilegais forças de ocupação”, de acordo com a mesma nota do MNE.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e econômicas.

 

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