Líder do PS/Madeira anuncia eleições antecipadas e declara apoio a Paulo Cafôfo

Da Redação com Lusa

O PS/Madeira vai ter eleições internas antecipadas, que deverão ocorrer ainda este ano, anunciou hoje o líder da estrutura partidária, declarando o seu apoio à anunciada candidatura de Paulo Cafôfo, atual secretário de Estado das Comunidades.

“Teremos de antecipar o congresso [regional]”, disse Sérgio Gonçalves aos jornalistas após uma reunião da comissão política do PS/Madeira, que decorreu no Funchal, para refletir sobre “os resultados eleitorais e o futuro do partido” após as legislativas regionais de 24 de setembro.

O líder socialista madeirense argumentou que a antecipação da reunião magna já estava equacionada, para não coincidir com o congresso nacional do partido agendado para março.

“Portanto, faria todo o sentido que se antecipasse em algumas semanas o congresso regional, o ato eleitoral interno, porque o mandato estava prestes do seu fim, haveria sempre essa antecipação”, argumentou.

Sérgio Gonçalves referiu que, na atual situação – depois de ter anunciado que não tinha intenção de se recandidatar à liderança, na sequência dos resultados eleitorais de 24 de setembro, em que o PS perdeu oito dos seus 19 deputados -, é “absolutamente pertinente” a normalização da estrutura regional do partido.

“Não temos ainda data definida”, declarou, acrescentando que as eleições internas devem acontecer “ainda este ano e o congresso no início de 2024”. A decisão está pendente da reunião da comissão regional que vai acontecer no próximo dia 18.

Questionado sobre as candidaturas à sua sucessão, respondeu: “Aquilo que sei relativamente a candidatos é que não serei e que Paulo Cafôfo anunciou a candidatura.”

Para o dirigente, esta é “uma candidatura sólida que dará as garantias de futuro de que a Madeira precisa, de que o partido precisa internamente”.

“Portanto, não sendo recandidato, Paulo Cafôfo tem também o meu apoio neste novo desafio que se lhe coloca e tenho a certeza de que será muito bem-sucedido no exercício dessas funções”, declarou.

A confirmar-se a eleição, referiu, Cafôfo será “uma alternativa para a Madeira, uma alternativa credível, com provas dadas”.

“Estamos a falar de um candidato às internas do partido que teve o melhor resultado de sempre nas eleições regionais. Tivemos nos dois últimos atos eleitorais regionais, em 2019, o melhor resultado de sempre. Em 2023, tivemos o segundo melhor resultado de sempre desde que a Assembleia Legislativa da Madeira tem a atual composição de 47 deputados, num circulo único”, apontou.

O líder socialista regional considerou também existir uma “tendência clara de afirmação do Partido Socialista” e “um desgaste da maioria PSD que é evidente”, porque não conseguiu obter a maioria absoluta “esmagadora” que foi anunciada.

“Portanto, é com todo este enquadramento, aquilo que é o capital político – não só de Paulo Cafôfo, mas de todo o Partido Socialista -, que nós partimos com confiança para esta nova fase, na certeza de que seremos de facto a única e a melhor alternativa para o futuro da região”, sustentou.

Nas eleições de 24 de setembro, a coligação PSD/CDS-PP (que já governava a região desde 2019) venceu as eleições legislativas da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, situação que assegurou celebrando um acordo de incidência parlamentar com a deputada eleita do PAN.

A segunda força política mais votada foi o PS, que passou de 19 para 11 deputados, tendo obtido 28.844 votos (21,30%).

O JPP passou de três para cinco mandatos e a CDU conseguiu manter o deputado único que tinha. O Bloco de Esquerda e o PAN regressam à Assembleia Legislativa Regional também com um deputado, estreando-se no hemiciclo o Chega (quatro deputados) e a Iniciativa Liberal (um deputado).

Nas anteriores legislativas regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS (com uma lista encabeçada por Paulo Cafôfo) alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

 

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