Aliança Democrática vence eleições legislativas com 29,49% dos votos

Mundo Lusíada com Lusa

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.

O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos. A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).

O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).

A Aliança Democrática (AD) obteve os seus melhores resultados no norte do país e nas ilhas, acima da média nacional da coligação, mas perdendo em Lisboa e no sul. Em Bragança, a AD conseguiu o seu melhor resultado, com 40,01% dos votos (29.077 votos) e dois dos três deputados no único distrito onde o Chega não conseguiu ter um eleito.

O Chega quadruplicou o número de deputados eleitos face às legislativas de 2022, e ultrapassou um milhão de votos, o que levou o presidente do partido a falar num “resultado histórico” e insistir em integrar uma solução de governo. De acordo com os dados provisórios da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o Chega elegeu 48 deputados, numa altura em que ainda falta atribuir os quatro mandatos pela emigração.

O partido liderado por André Ventura elegeu em 19 dos 20 círculos do território nacional, com exceção do círculo eleitoral de Bragança. Lisboa, com nove mandatos, e Porto, com sete, foram os círculos nos quais conseguiu eleger um maior número de deputados. O Chega foi o partido mais votado no círculo de Faro, com mais quatro mil votos do que o PS, que ficou em segundo naquele distrito.

À esquerda, o Livre foi outro dos vencedores da noite eleitoral, passando de um para quatro deputados, com 3,2% e quase 200 mil votos. Com o Chega a conquistar 48 mandatos, ensombrou a noite de vitória do Livre, que acabou por ter um sabor agridoce. No discurso final da noite, Rui Tavares garantiu que o partido fará um combate cerrado à extrema-direita, almejando “rebentar o balão” que cresceu esta noite no país e deixando uma palavra de solidariedade para com todas as minorias, clamando: “Não passarão”.

O PS foi o grande derrotado da noite, não só porque perdeu as eleições e a maioria absoluta em 2022, como registrou um dos piores resultados da sua história.

Discurso da vitória

Neste domingo, Luís Montenegro, defendeu que todos os partidos com assento no parlamento têm o dever de assegurar condições de governabilidade ao Governo que pretende formar na sequência das legislativas de domingo.

“A todos é exigido que deem ao país condições de estabilidade e de governabilidade. Não me eximo à principal responsabilidade, que será minha, mas é preciso também exigir aos outros que cumpram aquilo que foi a palavra do povo português”, declarou Luís Montenegro, no hotel de Lisboa onde decorreu a noite eleitoral da Aliança Democrática (AD) coligação entre PSD, CDS-PP e PM.

Segundo o presidente do PSD, que falou perto da uma da madrugada, nessa altura os dados provisórios destas eleições já permitiam concluir que “quem viabilizou a possibilidade de haver um Governo novo liderado pela AD foram os portugueses com o seu voto”.

“Isso é o essencial para termos Governo. Mas para termos governabilidade e estabilidade há que apelar ao sentido de responsabilidade de todos quantos se vão sentar na Assembleia da República em representação do povo português”, acrescentou.

O presidente do PSD considerou que nestas legislativas antecipadas os portugueses deram um sinal de que “os partidos políticos, nomeadamente aqueles que têm representação parlamentar, devem privilegiar mais o diálogo entre líderes e entre partidos”.

No seu entender, “o desafio é grande” e “vai exigir grande sentido de responsabilidade a todos”, e da sua parte em especial e da AD terá de haver “grande capacidade de diálogo e tolerância democrática”.

“Mas em respeito pela vontade livre do povo português, nós temos de dar ao país novas políticas e cumprir o programa, a base do programa que foi hoje sufragado”, sustentou.

Luís Montenegro argumentou que a estabilidade é importante não só para segurança dos portugueses, mas também como sinal para o exterior.

“É com elevado sentido de responsabilidade que irei naturalmente ao senhor Presidente da República dar nota da nossa predisposição para governar com a representação que o povo português nos confiou. Da nossa parte, não falharemos a Portugal. Da nossa parte não vamos virar as costas às portuguesas e aos portugueses”, afirmou.

Sobre o programa da AD, o presidente do PSD salientou que a coligação se propõe “diminuir a carga fiscal” e acredita que é possível colocar a economia portuguesa a “crescer mais”, fazer com que haja “melhores salários” e com que “os jovens não tenham de emigrar como tem acontecido nos últimos anos”.

Luís Montenegro destacou os compromissos de “implementar um programa de emergência na área da saúde nos primeiros 60 dias do Governo” e de “dar estabilidade à escola pública”, com “mais exigência e qualidade”. Na habitação, a AD pretende travar o aumento de preços e melhorar o acesso com “mais oferta, do lado público e do lado privado”.

A AD tenciona “dar às forças de segurança melhores condições de trabalho e de remuneração”, acredita que “é possível mudar o sistema de justiça e combater de reforma mais eficaz a corrupção” e que “é possível restabelecer o prestígio das instituições portuguesas”, completou.

 

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