Crianças com diversidade alimentar criam melhores hábitos

Uma dica é tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis em casa e apostar em formas mais fáceis de os consumir.

Da Redação

Um estudo da Universidade do Porto (ISPUP) alerta para a necessidade de se promover uma maior variedade alimentar entre as crianças, para que, mais tarde, elas tenham uma melhor relação com os alimentos e optem por uma alimentação mais saudável.

A pesquisa avaliou a diversidade alimentar aos 4 e aos 7 anos de idade de cerca de 4. 700 crianças da coorte Geração XXI (projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças da cidade do Porto).

O objetivo era verificar de que forma a variedade alimentar, ou seja, o número de alimentos ou de grupos de alimentos diferentes que são consumidos ao longo de um período de tempo, influenciava o apetite e a relação que as crianças têm com a comida a longo prazo.

Os pesquisadores estudaram se a exposição precoce a uma maior variedade de alimentos saudáveis, como fruta e vegetais, levava as crianças a terem uma melhor relação com os alimentos e a fazerem opções mais saudáveis.

O estudo mostrou que as crianças com uma maior diversidade alimentar, aos 4 e aos 7 anos de idade, têm maior interesse pela alimentação em geral e são menos seletivas quanto ao que comem.

Do contrário, as crianças expostas a uma menor variedade alimentar são menos propensas a experimentar novos alimentos e não têm muito interesse pela comida.

“Este estudo veio mostrar que, se promovermos uma maior diversidade alimentar, desde cedo, as crianças terão, mais tarde, uma melhor relação com os alimentos e tenderão a comer mais saudável. É por isso importante que os pais apostem na variedade alimentar e que adotem estratégias que promovam a aceitação e consumo de alimentos saudáveis pela criança”, refere Sofia Vilela, primeira autora da investigação, coordenada por Carla Lopes.

Relativamente a estratégias para promover uma maior aceitação dos alimentos, a investigadora destaca, por exemplo, “a modificação da confecção da comida para a tornar mais apetecível”.

Outra dica passa por “tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis em casa e apostar em formas mais fáceis de os consumir”. Em outra outra estratégia, a criança pode ser incentivada, dando-lhe uma recompensa tangível, como um autocolante para colecionar, se comer um alimento saudável.

Mas segundo a pesquisadora, “não se deve recompensar a criança com alimentos de que ela goste, porque podemos provocar o efeito contrário. Esta poderá, por exemplo, passar a gostar ainda menos da sopa e mais do chocolate”, conclui.

O estudo designado de “Tracking diet variety in childhood and its association with eating behaviours related to appetite: The generation XXI birth cohort” é também assinado pelos investigadores Marion M. Hetherington (Universidade de Leeds) e Andreia Oliveira.

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