Primeiro-Ministro e presidente da FPF promovem candidatura ao Mundial de 2030

Da Redação com Lusa

Neste dia 05, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que a candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos à organização do Mundial de futebol de 2030 une, pelo desporto, dois continentes, na abertura do 47.º Congresso da UEFA, em Lisboa.

“Temos agora a ambição, em conjunto com Espanha, Marrocos e Ucrânia, de organizar o Mundial 2030, numa candidatura única, conjunta entre as duas margens do Mar Mediterrâneo, destinada a organizar o primeiro Mundial de futebol que une, pelo desporto e os seus melhores valores, dois continentes: Europa e África”, afirmou António Costa.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, que discursou após o chefe do Governo, classificou a candidatura ao Mundial de 2030, como “pioneira”, alargando-a a todas as federações que integram a UEFA e pedindo “apoio inequívoco”.

“Não há nem melhor dia nem melhor hora para vos dizer que a candidatura não é só de Portugal, Espanha e Marrocos, é nossa, é de toda a Europa unida e que conto, humildemente, com o apoio inequívoco de todas as federações que aqui estão em Lisboa para que o maior evento do Mundo aconteça também em Portugal e que a isso entregarei toda a minha energia”, disse.

No Centro de Congressos de Lisboa, onde decorre o 47.º Congresso da UEFA, que reelege o esloveno Aleksander Ceferin na presidência da UEFA, António Costa lembrou o atual contexto de guerra na Europa, e os seus impactos no desporto e no futebol, destacando o papel que ambos podem assumir no regresso da paz.

“O futebol e o desporto não são instrumentos de guerra, mas sim veículos de paz e de diálogo entre os povos. A história da humanidade está carregada de bons exemplos sobre como através do desporto – neste caso do futebol – se pode chegar à Paz, à tolerância e à compreensão do mundo”, afirmou.

António Costa considerou “fundamental e insubstituível” o papel da UEFA para a “vitória da paz”, afirmando: “O impacto dos eventos desportivos, o número de pessoas que assistem e as emoções que permitem vivenciar, fazem do desporto uma plataforma com um alcance e potencial único que não pode deixar de ser utilizado também com este objetivo”.

O primeiro-ministro classificou Portugal como “um parceiro de referência da UEFA” e reiterou a vontade do país em querer continuar a trabalhar com a organização de cúpula do futebol europeu, lembrando a organização da fase final da Liga das Nações, a final a oito da Liga dos Campeões, em 2020, e a final da ‘Champions’ em 2021, ambas em contexto de pandemia.

“Temos assim todas as condições para continuar a ser parceiros da UEFA, e também da FIFA, para a organização de eventos desportivos globais”, disse.

Durante o discurso da abertura, o primeiro-ministro anunciou a candidatura de Portugal à organização da final da Liga dos Campeões feminina de futebol em 2025, e aproveitou para enaltecer os feitos da seleção nacional feminina de futebol, que pela primeira vez se qualificou para uma fase final do Mundial.

O presidente da FPF, que deixará o cargo de vice-presidente da UEFA, por atingir o limite de idade, lembrou os desafios como “a pandemia, o ataque da Superliga ou a guerra da Ucrânia”, considerando que “a UEFA teve sempre um caminho bem definido e um líder para o trilhar”.

Fernando Gomes garantiu a total disponibilidade da FPF para trabalhar com a UEFA, e considerou que “foi através da entrega, da dádiva ou da colaboração incondicional” que o organismo português acabou “por aprender os caminhos do sucesso desportivo”.

“Em 10 anos sagramo-nos campeões europeus e mundiais de futebol de praia, bicampeões europeus e mundiais de futsal, campeões Europeus de sub-17 e sub-19, duas vezes finalistas europeus de sub-21, campeões europeus e vencedores da Liga das Nações. Pela primeira vez na nossa história, estaremos presentes na fase final de um campeonato do Mundo feminino. Demos para receber de volta”, disse.

FIFA

Ainda, Fernando Gomes, foi hoje eleito por unanimidade e aclamação para o Conselho da FIFA, no Congresso da UEFA, em Lisboa.

Fernando Gomes, de 71 anos, foi o único candidato a sufrágio para o mandato de quatro anos no encontro na capital portuguesa, depois de Noël Le Graët se ter demitido da presidência da Federação Francesa de Futebol (FFF).

O português já cumpriu dois mandatos de dois anos cada neste órgão executivo da FIFA, o último até 2019, sem que se tivesse recandidatado em 2021, apesar de se ter mantido como membro executivo da UEFA.

Também a ‘correr’ sozinho, o alemão Bernd Neuendorf foi eleito para a vaga de dois anos no Conselho da FIFA.

Na eleição para as vice-presidências europeias da FIFA, o húngaro Sándor Csányi, detentor do cargo, foi reeleito, em detrimento do finlandês Ari Lahti, enquanto a inglesa Debbie Hewitt tornou-se a primeira mulher a vencer um homem numa eleição para o organismo que rege o futebol mundial.

A líder da federação inglesa venceu a ‘corrida’ para ‘vice’ do organismo que rege o futebol mundial em representação das federações britânicas a David Martin, ao conquistar 39 votos, contra 16 do norte-irlandês.

Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Fernando Gomes (L) e presidente da UEFA Aleksander Ceferin (R) durante 47th Congresso da UEFA em Lisboa, 05 April 2023. Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA

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