Por Emídio Tavares
Numa partida memorável, e que ficará para sempre tatuada na retina dos portugueses e amantes do bom futebol, Portugal enfrentou nesta quinta-feira, no Estádio Nacional de Varsóvia, a Republica Checa, pelas quartas-de-final da Eurocopa 2012; iniciando o confronto com os mesmos jogadores que começaram jogando nas três batalhas da primeira fase.
Embora bem fechados em seu campo defensivo, os checos dominaram os primeiros vinte minutos de partida, tomando as iniciativas de ataque e não deixando o time português ver a cor da bola. Passado o sufoco inicial, o time de Paulo Bento começou a se soltar, com destaque para as perigosas jogadas de Coentrão pelo lado esquerdo, e as boas armações de jogadas criadas por Nani e Raul Meireles, destaques dos 45 minutos iniciais.
O craque do Manchester e Miguel Veloso, que ainda não tinham amarelo, foram advertidos com o cartão nessa primeira etapa. Dos 30 minutos para frente foi Cristiano Ronaldo quem começou a preocupar a defesa adversária, com arrancadas infernais e chutes perigosos. Aos 39, Helder Postiga sentiu uma lesão na parte posterior da coxa direita e teve de ser substituído; quando então o treinador luso surpreendeu a todos fazendo entrar o grandalhão Hugo Almeida (que pela elevada estatura atraiu a marcação de mais defensores checos, visto que a zaga não era alta; e consequentemente permitiu maior mobilidade ao ataque luso). Nos acréscimos do primeiro tempo, Cristiano Ronaldo acertou a trave de P. Chech, quase abrindo o placar para Portugal.
Já para o segundo tempo, a seleção das cinco quinas voltou a mil por hora, não dando espaço algum para as jogadas da Rep. Checa que raramente passava do meio campo. Aos 4 minutos, numa falta à entrada da área, Cristiano desferiu um canhão, com a bola desviando de leve na ponta dos dedos de Chech e batendo de novo em sua trave, antes de sair pela linha de fundo. Foi o 5º chute nas traves que Cristiano acertou nesses 4 jogos da Eurocopa.
Na sequência, até os 20 minutos, pelo menos 5 chutes perigosos foram desferidos à meta adversária pelo ataque luso. O mais bonito deles aconteceu aos 19, através de João Moutinho, para uma maravilhosa defesa de P.Chech, desviando para escanteio. Aos 35 minutos, o mesmo João Moutinho caiu pela direita e cruzou certeiro para Cristiano Ronaldo, que na corrida, mergulhou entre dois zagueiros, cabeceando forte para o chão e indefensável para P.Chech. Estava aberta a passagem de Portugal para as semifinais da Liga Europa.
Aos 38, imparavel, Portugal perdeu mais um gol, com P.Chech defendendo de forma esplendida belo chute de João Pereira. Aos 39, para reforçar o meio-campo, Paulo Bento trocou Nani por Custodio. Com o mesmo objetivo, aos 43 minutos Rolando entrou no lugar de Raul Meireles. Mesmo com mais 4 minutos de acréscimo, a defesa lusa mostrou-se intransponível, garantindo o placar final de 1×0 (enganador, pois pelo rolo compressor que Portugal foi, uma goleada histórica não seria exagero para representar a superioridade portuguesa em campo). Com essa vitória, Portugal garantiu vaga nas semifinais e já é, de antemão, uma das 4 melhores seleções da Europa.