Portugal em contato com Autoeuropa para “encontrar solução” após interrupção na produção

Da Redação com Lusa

O Ministério da Economia de Portugal anunciou nesta segunda-feira que tem mantido contatos com a administração da Autoeuropa para “encontrar soluções” após a interrupção na produção, e que está a identificar os fornecedores nacionais para “minimizar os riscos de paragem da fábrica”.

“O Governo, através do Ministério da Economia e do Mar, encontra-se a desenvolver todos os esforços para identificar soluções no âmbito da indústria de componentes nacional”, disse o departamento governamental em resposta à Lusa.

O Ministério da Economia diz que tem mantido contatos com a administração da fábrica do Grupo Volkswagen em Palmela “desde o início”, com o objetivo de “compreender as causas destas dificuldades e encontrar soluções”.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa revelou na quinta-feira que a empresa vai fazer uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, e que pretende aplicar o ‘lay-off’ nesse período.

A paragem de produção na Autoeuropa deve-se às dificuldades de um fornecedor da Eslovênia, que foi “severamente afetado” pelas condições climatéricas que se fizeram sentir naquele país no passado mês de agosto.

O ministério tutelado por António Costa Silva destaca que a indústria de componentes para o setor automóvel em Portugal é “das mais competitivas e inovadoras da Europa”, exportando para múltiplos países do continente.

Assim, acrescenta que está a identificar os fornecedores nacionais da Autoeuropa “com o objetivo de reunir com as empresas no sentido de minimizar os riscos de paragem da fábrica nos próximos meses”.

Alertando que a incerteza global é também “exponenciada pelas alterações climáticas” através da ocorrência de fenômenos extremos, o Ministério da Economia sublinha a importância de garantir “a diversificação das cadeias de abastecimento e o aumento da sua resiliência para prevenir paragens abruptas de produção”.

No sábado, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) tinha já afirmado que estavam a realizar “contactos com o Governo” para tentar minorar os impactos da paragem da produção na Autoeuropa, que poderá prolongar-se por nove semanas.

“A associação também está a ter contatos com o Governo para tentar encontrar medidas para tentar minorar os impactos da paragem da produção da Volkswagen Autoeuropa”, disse à Lusa o secretário-geral da AFIA, Adão Ferreira.

Já hoje também a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) veio apelar ao Governo para que acompanhe a paragem de produção de nove semanas da Autoeuropa e adote as soluções necessárias para proteger a empresa e a economia da região de Setúbal.

“A CIP apela ao Governo para que acompanhe esta situação [na Autoeuropa] de perto, procurando as soluções que melhor protejam a empresa e toda a atividade econômica na região de Setúbal”, refere um comunicado hoje divulgado pela confederação empresarial.

“É igualmente importante que sejam agilizados os procedimentos administrativos que a Autoeuropa terá de desencadear para gerir esta paragem forçada dos trabalhadores com o mínimo de impactos”, acrescenta o documento em que a CIP considera que a suspensão da produção na Autoeuropa vem juntar-se “à estagnação da economia nacional e ao arrefecimento na União Europeia”.

Apesar de ter anunciado uma paragem de produção de 11 de setembro a 12 de novembro, a Autoeuropa admite que esse período “poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema”.

A CT, que admite ter conhecimento de uma comunicação interna em que a empresa também prevê a rescisão dos contratos de trabalho com os trabalhadores temporários, promete tudo fazer para salvaguardar os direitos de todos os trabalhadores efetivos durante o `lay-off´, bem como para tentar encontrar soluções que permitam evitar o despedimento dos cerca de 100 trabalhadores temporários da fábrica da Volkswagen em Palmela.

O ‘lay-off’ é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade econômica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.

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