Cantor português David Fonseca prepara shows no Brasil

Por Priscila Roque

David Fonseca em São Paulo. Foto: Priscila Roque

Quando soube que o David Fonseca estava no País para falar com a imprensa sobre o lançamento de seu primeiro disco por aqui e adiantar alguns detalhes de sua apresentação no Rock in Rio, logo pensei no quão especial seria ter algumas de suas palavras.
 
Ali na Lanchonete da Cidade, no burburinho paulistano, entre bate-papos e fotos para jornais e canais de TV, o David Fonseca me recebeu. Com toda sua simplicidade, carisma português e um enorme sorriso no rosto, ele falou da primeira vinda à trabalho ao Brasil e das expectativas que guarda sobre suas próximas apresentações.
 
O David Fonseca volta ao Brasil no comecinho de outubro para cumprir com a agenda de shows, começando pelo Rio de Janeiro, no dia 2. Até o momento, ele já tem outras duas datas fechadas, em São Paulo e em Porto Alegre. Entretanto, também devem ocorrer apresentações em outras cidades brasileiras. Confira a entrevista publicada no Blog Cultuga:
 
Para um artista português, emplacar um novo som no Brasil é um desafio. Algumas bandas que já estiveram por aqui, como o Clã e o Xutos e Pontapés, foram “apresentadas” por músicos brasileiros. Como você encara isso?
DF – Eu acho que o desafio é mostrar que, em Portugal, se fazem coisas bem diferentes. Neste caso, a minha música é cantada em inglês, é mais próxima de um pop rock alternativo. Há uma série de coisas em meu trabalho que não aponta diretamente para Portugal. Acho que a grande surpresa vem um bocadinho daí, logo para começar. Mas não sei ainda como vai ser percebido pelo público. O disco [Between Waves] vai sair por aqui no dia 12 de setembro. Até agora, todas as experiências, tanto aqui em São Paulo, como no Rio, têm sido extremamente positivas e, depois de uma porta tão grande como o Rock in Rio, que vai me permitir tocar para tanta gente em um evento tão gigante, há uma série de fatores que podem ajudar a chegar no mercado brasileiro. Será uma surpresa!
 
Em Portugal, você é um multiartista, já que oferece ao público um material diferenciado nos seus CDS e DVDs, com itens extras, além de, nos shows, contar com figurinos únicos e um palco cheio de telões que exibem suas fotos e vídeos. O que vai ser possível trazer disso para o Brasil?
DF – Não tudo, obviamente, porque é muita coisa. Mas tenho a certeza terão elementos que vão apontar um bocadinho ao que é o meu espetáculo em Portugal – meu “show”, como se diz por aqui – porque é assim que eu sou, não é? Espero trazer muita dessa loucura da interatividade para o espetáculo do Rio. Nós vamos montar um concerto muito específico para o Brasil. Ainda está em produção.
 
Nos shows pelo País, pretende levar a mesma estrutura?
DF – Sim, sim… Vou! Aí, esses shows já serão em nome próprio. Às vezes, até com mais coisas. Vamos ver, vamos ver como vai ser!
 
Essa é a primeira vez que você vem ao Brasil ou já esteve por aqui outras vezes?
DF – Em São Paulo e no Rio de Janeiro, é a primeira, mas já estive em Recife de férias há uns anos.
 
E as inspirações? Os locais que você passou, durante essa semana, te deixaram alguma marca? Você vai levar algo disso para Portugal?
DF – Eu acho que dá para levar um tanto de coisas de todos os lados, ideias novas. Acho que, aqui, o fato de viver de uma forma diferente. Entre São Paulo e Rio de Janeiro já é muito diferente. A forma de ver as coisas é muito diferente. Bom, mas ideias novas vão sempre comigo para todos os lados. Espero que dê até para fazer novas canções para o próximo disco.
 
A música Gelado de Verão, gravada pelo grupo Humanos, está constantemente no repertório dos seus shows. Ela entrou para o setlist a pedido dos fãs, por uma homenagem ao António Variações ou por que você sente saudade do Humanos? 
DF – É um pouco disso tudo. Eu gostei muito de participar desse projeto [Humanos]. Agora, quando montei essa última turnê, além de querer incluir uma canção em português, fiz questão que ela fosse do Humanos. Gostei muito de fazer aquele projeto, como disse, mas não tivemos muitas oportunidades para tocar as canções ao vivo. Achei que era uma forma de continuar a homenagear o António e a aquele projeto, sobretudo porque me divirto muito em cantar essa música. Apesar de não ser uma das mais populares do Humanos, é uma das que eu mais gostei de fazer.
 
Para finalizar, pode fazer um Top 5 de músicas e de bandas portuguesas?
DF – Posso indicar os Clã, com o tema Tira a Teima. Depois, também indico o Foge Foge Bandido, com o tema Borboleta. A terceira é Rita RedShoes, com You Should Go. Hum… difícil dizer apenas cinco. Também tem o Legendary Tiger Man, com o single Life Ain’t Enough For You. Por fim, Sean Riley and The Slowriders, com Houses and Wives.

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