Governo segue recomendação de comissão e escolhe Alcochete para novo aeroporto

Da Redação com Lusa

 

Neste 14 de maio, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI), anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.

A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.

O PSD decidiu constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.

O presidente social-democrata, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito, que a decisão seria tomada “nos primeiros dias” de Governo.

O Governo explicou hoje que o Campo de Tiro de Alcochete tem a vantagem de se localizar inteiramente em terrenos públicos, enquanto Vendas Novas requer expropriações, representando ônus adicional e permite, no futuro, crescer de duas para quatro pistas, caso haja necessidade.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que falou depois do primeiro-ministro, lembrou ainda que Alcochete já teve Declaração de Impacte Ambiental aprovada, atualmente caducada, e que é mais próximo de Lisboa, comparativamente a Vendas Novas, exigindo menos tempo e custos de deslocação.

O Governo apontou ainda como vantagem a proximidade de Alcochete às principais vias rodoviárias e ferroviárias, o que permite descentralizar o tráfego do centro de Lisboa.

Nos fundamentos do Governo para a decisão pesou ainda a possibilidade de acomodar os planos de expansão da TAP, que tem projeções preliminares de 190-250 aeronaves em 2050, sendo que as soluções duais podiam por em causa a sustentabilidade do ‘hub’ (plataforma de distribuição de voos).

Solução

 O primeiro-ministro defendeu que a opção por um aeroporto único é a “solução mais adequada aos interesses estratégicos do país”, e que Alcochete garante margem de expansão e crescimento do ‘hub’ da TAP.

“Alcochete, em particular, garante margem de expansão física, acomodação de procura até praticamente o triplo da atual, a salvaguarda da manutenção e do crescimento possível do ‘hub’ da TAP em Portugal”, defendeu Luís Montenegro, a partir da residência oficial em São Bento.

O primeiro-ministro defendeu ainda que a escolha de Alcochete irá fomentar “a capacidade intermodal” de todo o sistema de transportes e gerar efeitos macroeconômicos no arco ribeirinho Sul, gerando uma nova centralidade econômica e social.

“É um projeto que se irá desenvolver em terrenos públicos e assegura a sustentabilidade, tendo já tido uma Declaração de Impacto Ambiental que, entretanto, caducou”, acrescentou.

Na fase de perguntas ao ministro das Infraestruturas – Luís Montenegro não respondeu a questões da comunicação social -, Miguel Pinto Luz afirmou o que o chefe do Governo falou com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, antes deste anúncio.

Além de ter decidido a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa – que se vai chamar Luís de Camões -, o Governo aprovou ainda a determinação de um plano de obras para o atual Aeroporto Humberto Delgado, a conclusão dos estudos para uma terceira travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

“O Governo pretende fazer uma gestão rigorosa dos recursos públicos e alavancar um ciclo de prosperidade duradouro e sustentado”, afirmou o primeiro-ministro.

Montenegro defendeu que estas infraestruturas “trarão maior comodidade aos portugueses” e aos turistas que visitam o país.

“Estas decisões estimulam a competitividade da nossa economia, aceleram a capacidade de atração de investimento e crescimento e promovem também a coesão territorial”, afirmou, defendendo que só assim Portugal terá condições de pagar “melhores salários e pensões” e reter mais talento em Portugal.

Foi decidiu mandatar a Infraestruturas de Portugal concluir os estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo (TTT) e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.

 

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