PM de Cabo Verde espera que eleições de 2016 sejam de “debate e confronto de ideias”

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, discursa na ONU. UN Photo/Sarah Fretwell
O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, na ONU. UN Photo/Sarah Fretwell

O primeiro-ministro cabo-verdiano não se vai recandidatar a um quarto mandato consecutivo, mas espera que as legislativas de 2016, marcadas para 20 de março, sejam “espaços de debate e de confronto de ideias e de propostas”.

“As eleições legislativas, nos termos constitucionais, foram marcadas para 20 de março. Tempos desafiantes estes que seguem. Em ambiente de liberdade e de tolerância façamos destas jornadas eleitorais espaços de debate e de confronto de ideias e de propostas”, apelou José Maria Neves na sua página pessoal na rede social Facebook.

O chefe do Governo cabo-verdiano reagia assim à marcação por parte do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, da data das eleições legislativas para 20 de março de 2016.

Na mesma publicação, o primeiro-ministro apelou a um “engajamento cívico” por parte dos cabo-verdianos.

José Maria Neves, que chefia o Executivo cabo-verdiano há três mandados consecutivos, deixou a liderança do partido no poder este ano e não se vai recandidatar a um quarto mandado.

Os partidos políticos também já reagiram à data marcada para o pleito eleitoral, com o Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) a dizer que aceita a data, mas lembrou que tinha proposto a realização do escrutínio para fevereiro.

“O senhor Presidente marcou as eleições para o dia 20 de março, está marcada. O PAICV não discute a marcação da data. Nós apresentamos ao senhor Presidente as nossas preferências e as nossas razões. Com certeza terá levado em conta todos os elementos e marcou e nós aceitamos”, afirmou Manuel Inocêncio Sousa, um dos vice-presidentes do partido, citado pela Inforpress.

Por sua vez, o líder parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Fernando Elísio Freire, mostrou-se confiante na data escolhida por Jorge Carlos Fonseca, lembrando que o partido “não tinha preferência por nenhuma data em especial” e que está “preparado para enfrentar as eleições”.

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, regozijou-se com a data, alegando ser uma das que propôs ao Presidente e que permite ao partido mais espaço para obter recursos financeiros para a campanha.

Já o presidente do Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS), José Augusto Fernandes, que tinha proposto a realização das legislativas em abril, adiantou à Inforpress que essa data vai exigir um pouco mais do seu partido, tendo em conta que nesse momento encontra-se em fase de reorganização, após a realização do congresso em outubro.

“Como temos um partido novo e estamos na fase de reestruturação, para nós ficaria melhor se as eleições fossem no mês de abril. Mas março também não fica mal, e agora temos de acelerar o nosso processo”, reforçou o líder partidário.

O Partido Social Democrático (PSD), que apontou a data de 27 de março para os cabo-verdianos irem a votos, e o Partido Popular (PP), cuja aprovação da inscrição aconteceu recentemente pelo Tribunal Constitucional, são os outros partidos políticos cabo-verdianos.

Jorge Carlos Fonseca marcou as eleições para 20 de março de 2016, após ter ouvido os partidos políticos inscritos no Tribunal Constitucional e de ter reunido o Conselho da República.

O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana justificou a escolha com a necessidade de garantir que as eleições e a campanha eleitoral não coincidissem com o Carnaval ou com a Páscoa e para assegurar mais tempo para atualização do recenseamento eleitoral.

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