Guterres marca Dia da África ressaltando “dinamismo imparável” do continente

Da Redação com ONUNews

Este 25 de maio é o Dia da África. Com 1,3 bilhão de pessoas, o continente concentra uma “vibração pelo seu grande número de jovens com um potencial de tirar o fôlego”.

A declaração é do secretário-geral da ONU, António Guterres. Em sua mensagem sobre o Dia da África, ele afirma que a região tem um “dinamismo imparável”.

Maior mercado mundial
O líder das Nações Unidas lembrou que 2023 foi designado pela União Africana como o ano da Área de Livre Comércio Continental Africana. A iniciativa, quando totalmente operacional, pode ajudar a retirar 50 milhões de pessoas da pobreza.

A Área de Livre Comércio seria também o maior mercado mundial levando avanços para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e para a Agenda 2063, idealizada pela União Africana.

O secretário-geral acredita que essa também será uma chance de governos africanos continuarem aproveitando as oportunidades para o continente já rico em natureza, pessoal e empreendedorismo. Guterres lembra que é preciso seguir trabalhando para aumentar o investimento privado na África os recursos na região.

Injustiças econômicas e históricas
Em sua mensagem, ela pediu à comunidade internacional que continue apoiando o continente, alvo de injustiças econômicas e históricas que atrapalham o seu progresso, no momento.

Ao citar as crises da Covid-19 a conflitos e a urgência climática, o secretário-geral lembrou que os países africanos estão sub representados em instituições globais como o Conselho de Segurança e o sistema financeiro de Bretton Woods.

Ele encerrou a mensagem dizendo que a África precisa de paz, justiça e solidariedade internacional.

Catástrofes

Já dia 24, António Guterres afirmou que o mundo precisa agir agora, com grande urgência e apoio, para evitar que uma crise se torne uma catástrofe no Chifre da África.

O líder da ONU fez a declaração num evento para promessas de ajuda, coorganizado por Itália, Catar, Reino Unido e Estados Unidos, em parceria com os três países afetados: Etiópia, Quênia e Somália.

Insegurança, seca e fome
Ao todo, foram pedidos US$ 7 bilhões para socorrer as pessoas do impacto arrasador das secas na região.

Guterres lembrou de visitas recentes à Somália e ao Quênia, onde ele viu rebanhos mortos e famílias tendo que sair de suas casas para encontrar água, alimentos e dinheiro.

No caso da Somália, o líder da ONU lembrou de comunidades que perderam tudo para a seca e a insegurança à medida que continua a luta contra os militantes do grupo terrorista Al-Shabaab.

Metade dos 400 mil mortos abaixo de cinco anos
No ano passado, países doadores entregaram ajuda vital a 20 milhões de pessoas ajudando a evitar a fome na região. A Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informaram que 400 mil vidas foram perdidas na Somália por causa da seca, no ano passado. Metade das vítimas tinham menos de cinco anos de idade.

António Guterres encerrou seu discurso dizendo que as pessoas no Chifre da África estão pagando um preço “inescrupuloso” por uma crise climática que eles não causaram.

Ele disse que o mundo deve solidariedade à região e uma medida de esperança no futuro. E para isso, é preciso agir imediatamente para assegurar a sobrevivência de cada um.

No final da reunião, foi anunciada a quantia de US$ 2,4 bilhões para levar assistência a quase 32 milhões de pessoas no Chifre da África. Mas os organizadores afirmam que a emergência não acabou e mais precisa ser feito.

Entre 1970 e 2021, foram registrados 11.778 desastres climáticos e hídricos, que resultaram em 2 milhões de mortes e US$ 4,3 trilhões em perdas econômicas. Os dados são da Organização Meteorológica Mundial, OMM. Segundo o levantamento, mais de 90% das mortes ocorreram em países em desenvolvimento.

Na África, o total de catástrofes chegou a 1.839 entre 1970 e 2021. Eles causaram 733.585 mortes e US$ 43 bilhões em prejuízo para a economia. As secas foram responsáveis por 95% das mortes relatadas.

Também a Organização Internacional para Migrações, OIM, estima que os combates entre o Exército do Sudão e os paramilitares já tenham feito 1,3 milhão de pessoas abandonar suas casas.

Nesta quarta-feira, a agência das Nações Unidas explicou que 1 milhão de sudaneses procuram abrigo no país, enquanto 320 mil fugiram para países vizinhos como Egito, Sudão do Sul, Chade, Etiópia, República Centro-Africana e Líbia.

O Sindicato dos Médicos Sudaneses revela que desde o início dos confrontos, em 15 de abril, 863 civis perderam a vida, incluindo pelo menos 190 crianças. O total de feridos ultrapassa 3,5 mil pessoas.

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